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País realiza nova eleição presidencial em 14 de abril
Oposição oferece sua candidatura a Capriles
As eleições na Venezuela para substituir Hugo Chávez na Presidência serão em 14 de abril, com campanha-relâmpago de apenas dez dias, anunciou ontem o CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
A convocatória segue preceito da Constituição, que prevê eleições em 30 dias em caso da morte de um mandatário no começo do mandato.
Embalado pela comoção da morte de Chávez, o candidato governista, o presidente interino Nicolás Maduro, 50, é considerado favorito.
A coalizão dos partidos de oposição MUD disse ter "oferecido" a candidatura ao governador de Miranda, Henrique Capriles, 40, que prometeu anunciar sua decisão "nas próximas horas".
Segundo interlocutores, Capriles, que disputou contra Chávez em outubro e obteve 44% dos votos, preferia não concorrer. Via, no entanto, como praticamente inevitável aceitar a candidatura, já que a debilitada oposição não tem outro nome de força.
"Entendemos que há condições de vantagem e desigualdade que o regime se empenha em impor", disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da MUD. "A mais protuberante delas não são apenas esses prazos curtos, mas a sentença do Supremo Tribunal de Justiça que trata o candidato do governo como se fosse presidente eleito para lhe permitir abusar das vantagens que essa posição significa", seguiu.
Aveledo se referia à sentença da Justiça, para os opositores inconstitucional, que chancelou a decisão do governo de fazer do vice Nicolás Maduro presidente interino, com direito de permanecer no cargo na campanha.
DIVINO X TERRENO
Maduro, na prática, já está em campanha. No canal oficial, a transmissão do velório de Chávez exibe seus apoiadores gritando "Chávez te juro/que voto por Maduro", além de declarações de ministros e militares apoiando seu nome.
O maior ativo eleitoral dele é justamente o endosso público que Chávez fez de sua candidatura em dezembro passado, sua última aparição em cadeia de rádio e TV.
Daí o protesto da oposição porque seu candidato terá apenas dez dias para fazer publicidade legal em TVs e jornais. Na Venezuela não há horário eleitoral gratuito.
"A campanha vai ser um debate entre o divino e o terreno", diz Luis Vicente León, do instituto de pesquisas Datanálisis.
"O governo vai falar de 'honrar o último desejo' de Chávez, de que é um líder sobrenatural, enquanto a oposição vai tentar falar de problemas mais terrenos, da economia principalmente", afirma León.
Segundo pesquisa Datanálisis de 20 de fevereiro, Maduro venceria as eleições por 46% contra 34% de Capriles. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.