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Cristina desqualifica referendo nas Malvinas

Presidente argentina disse que consulta foi "paródia"; moradores das ilhas celebraram resultado pró-Reino Unido

EUA reconhecem o referendo, mas permanecerão neutros em relação à disputa de soberania do território

SYLVIA COLOMBO ENVIADA ESPECIAL ÀS ILHAS MALVINAS

A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse que o referendo que definiu que as ilhas Malvinas (Falklands) continuam a ser um território britânico de ultramar são "uma paródia", e agradeceu à oposição por sua postura "monolítica" de apoio à posição argentina na disputa pela soberania do arquipélago com o Reino Unido. "A questão Malvinas é uma questão de Estado", disse.

O dia seguinte do referendo foi de festa em Stanley, capital do arquipélago.

Os "kelpers", como são chamados, saíram às ruas sob granizo e a um frio de 3º C para comemorar o resultado, que aprovou o "sim" com 98% dos votos.

A maioria participou a bordo das Land Rovers que predominam no trânsito local. Os veículos estavam cobertos de bandeiras britânicas e faixas que diziam "nossas ilhas, nossa escolha", "britânicos até o coração" e "falk you, Argentina" (trocadilho com "fuck you", ou "foda-se").

As músicas ouvidas eram, especialmente, "Sailing", na voz de Rod Stewart, e a tradicional "Rule Britannia".

"Festas aqui sempre são muito tímidas. É a primeira vez que estamos vendo uma demonstração tão grande de felicidade. O mundo pode ver que temos uma identidade cultural hoje", diz Benny Wilson, 58, que trabalhou numa fazenda invadida pelos argentinos na guerra de 1982. "Moro no campo, num lugar isolado em que às vezes ficamos meses sem ver ninguém de fora. Mas quis vir a Stanley para essa comemoração."

A festa, que começou logo depois de anunciado o resultado, anteontem, às 22h30, começou na praça ao lado da igreja principal de Stanley. Depois, seguiu nos pubs da cidade até a madrugada.

Durante o dia de ontem, era possível ver as crianças com o rosto pintado nas cores azul e vermelha, da bandeira britânica.

Entre a população estrangeira na cidade, nem todos participaram da euforia.

Viktoria Karasev, que trabalha no ginásio de Stanley, disse que estava um pouco assustada. "Vim viver nessas ilhas porque aqui ninguém era muito nacionalista. Era um lugar de estrangeiros, gente que não se sentia bem em seus países, como eu no Azerbaijão. Agora todos estão ficando meio fanáticos. Não gosto."

REAÇÕES

A embaixadora argentina em Londres, Alicia Castro, disse ontem que o desejo de poucas centenas de habitantes das Malvinas não se comparava ao das milhões de pessoas que reconhecem a soberania argentina no território.

Em pronunciamento, a porta-voz do governo dos EUA, Victoria Nuland, disse que o país reconhece o resultado do pleito e a administração britânica das ilhas, mas que isso não mudará a política americana para a questão, que permanece neutra em relação à disputa de soberania.


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