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Sete acusados de roubo são executados na Arábia Saudita

País ignorou pedidos de clemência e condenações internacionais ao ato

Sauditas são os aliados mais próximos dos EUA no golfo Pérsico; ONG diz que execuções no país chegam a dezenas

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Apesar dos pedidos por clemência e da condenação internacional, a Arábia Saudita executou, ontem, sete homens em praça pública.

Eles haviam sido sentenciados à morte em 2009 por crimes de roubo armado cometidos em 2005 e 2006. De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, alguns deles eram menores de 18 anos na ocasião do delito.

Um dos executados afirmou anteriormente às agências de notícias ter 15 anos quando participou do roubo e não ter tido nenhum acesso a um advogado de defesa.

Os relatos a respeito do modo de execução são contraditórios. Há testemunhas que afirmam que os homens foram mortos por um esquadrão de tiro. Outras relatam que os condenados foram decapitados por três homens portando espadas.

A variação de penas foi alvo de ironia na internet, com tuítes dizendo que a monarquia saudita trocou, devido às considerações humanitárias, o esquadrão de tiros pelas espadas dos carrascos.

O Ocidente frequentemente critica a Arábia Saudita pelos julgamentos considerados inadequados segundo padrões internacionais. A monarquia conservadora segue uma interpretação rigorosa da "sharia", lei islâmica.

"Todos foram condenados após julgamentos injustos", afirmaram especialistas da ONU, anteontem. Eric Goldstein, vice-diretor regional do Human Rights Watch, afirmou que as execuções de ontem foram "desumanas".

"A Arábia Saudita tem executado dezenas de pessoas, entre elas trabalhadores imigrantes e mulheres", diz Goldstein em entrevista à Folha. "As acusações vão de roubo à prática de bruxaria."

Os executados de ontem eram vindos da província sulista de Asir, cujo baixo desenvolvimento contrasta com a região central, em que estão localizadas as cidades sagradas de Meca e Medina.

A execução estava a princípio prevista para a semana passada. As autoridades, no entanto, revisavam o caso. Parentes afirmaram na semana passada à agência Reuters que eles foram forçados a confessar outros crimes não solucionados na região.

Uma das confissões teria sido obtida após tortura. A Arábia Saudita, aliado mais próximo dos EUA no golfo Pérsico, nega a prática.

A monarquia saudita havia sido alvo de outra polêmica em janeiro, ao executar uma mulher do Sri Lanka, acusada de matar uma criança sob seus cuidados. Na ocasião, o rei Abdullah afirmou que tinha total confiança no sistema de Justiça do país.


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