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'Brazili' exportados nos anos 80 viraram item de colecionadores

Carros também se valorizam por serem 'fornecedores' de placas

DO ENVIADO A BAGDÁ

Dez anos depois, os "brazili" sumiram das ruas bagdalis. Na época da guerra, os velhos Passat brasileiros, sobreviventes dos 180 mil veículos exportados nos anos 80 para o Iraque pela Volkswagen, dominavam as ruas da capital iraquiana.

Resistentes em meio a uma frota sucateada, eram os preferidos dos taxistas e ganharam o apelido carinhoso por trazerem no vidro de trás o adesivo "Made in Brazil" -o que fez com que ficassem conhecidos como os "brazili", "brasileiros", em árabe.

Agora, em ruas tomadas por SUVs brancos e carros com apenas um ou dois anos de uso, os Passat viraram item de colecionador. Literalmente. "Um 'brazili', se bem conservado, pode sair por até US$ 7.000 (R$ 14 mil)", diz o motorista Rasool, ele próprio dono de um Mercedes branco restaurado de 1996.

Os "brazili" que estão em piores condições conseguem alcançar US$ 5.000 (R$ 10 mil), aí não mais pelo carro que eram, mas pelas placas que ainda carregam.

É que é dificílimo conseguir identificação para carros novos hoje no Iraque. Primeiro, porque, segundo os locais, um acordo de fabricação de novas placas com uma empresa estrangeira foi interrompido, o que deixou o mercado à míngua.

Segundo, porque o governo adotou uma medida inteligente para renovar a frota: quem quiser emplacar seu carro novo pode comprar as placas de um carro velho, desde que este seja destruído na transação. Isso valorizou o passe dos antigos e tirou os "brazili" e vários outros de circulação.

Mas os carros brasileiros podem voltar ao país por cima. A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque tenta colocar de pé um acordo de venda entre a Volkswagen brasileira e o Ministério do Interior iraquiano, que emprega 650 mil pessoas.

O plano é começar com 5.000 unidades, chegando a potenciais 60 mil, a US$ 9.500 (R$ 19 mil) cada veículo, segundo Jalal Chaya, vice-presidente da câmara.

A diferença é que não serão mais os velhos Passat, hoje nome de carro de alto luxo no Brasil, mas os novos Voyage, que estão sendo chamados, para efeitos promocionais, de "the new brazili", os novos "brazilis".

Quatro já foram trazidos para Bagdá, depois de passarem por testes no Estado do Acre, no Arizona (EUA) e na Alemanha para adaptações no ar-condicionado, no radiador e no tamanho do tanque, de acordo com Chaya.

Dois deles já estão rodando a serviço dos ministérios do Comércio e da Indústria iraquianos, e os outros dois serão entregues para o Ministério do Interior numa cerimônia em breve.


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