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New York Times

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Jovens americanos não conseguem acumular riquezas

Por ANNIE LOWREY

WASHINGTON - Pearl Brady tem um emprego estável, com bons benefícios, e possui diploma de bacharelado e de mestrado. Mas não tem economias.

"Faço parte de uma categoria insegura", disse Brady, 28, nova-iorquina que trabalha para um sindicato. "Sei quanto dinheiro vou ganhar no curto prazo. Espero conseguir poupar quando chegar aos 30 ou 40 anos, mas não faço ideia de como conseguirei fazer isso. É assustador."

Como ela, há muitos outros. Um novo estudo do Urban Institute, instituição de pesquisas sem fins lucrativos em Washington, concluiu que Brady e seus pares americanos de até aproximadamente 40 anos acumularam menos riqueza que seus pais nessa mesma idade, apesar de a riqueza média dos americanos ter dobrado no último quarto de século.

"A expectativa no país é que cada geração se saia melhor do que a geração anterior", disse Carolina Ratcliffe, autora do estudo. "Esse não é mais o caso." Os autores dizem que a situação enfrentada pelos jovens americanos pode ser inusitada.

Uma grande gama de fatores econômicos conspirou para limitar o acúmulo de riqueza por parte dos americanos mais jovens que têm trabalho. Além de salários estagnados, eles enfrentam o colapso do mercado imobiliário e dívidas crescentes com crédito estudantil.

Pearl Brady recebe cerca de US$ 1.800 mensais líquidos. Mas ela pagou por seus estudos de graduação e pós-graduação em parte com empréstimos, que lhe custam US$ 400 mensais. Além disso, ela paga cerca de US$ 500 por mês ao cartão de crédito.

Chuck Ross, 31, tem mestrado em economia e em dado momento tinha acumulado US$ 12 mil em economias obtidas com investimentos. Mas ele vive em Wichita, no Kansas, onde há poucos empregos em sua área. Trabalha num restaurante de rede e luta para saldar uma dívida de US$ 40 mil em crédito estudantil.

Especialistas dizem que um aumento forte e sustentado na oferta de empregos e nos salários resolveria muito dos males enfrentados pelos profissionais mais jovens. Mas o adiamento ou a diminuição de seu acúmulo de riqueza ainda assim podem ter um impacto duradouro sobre as finanças deles.

O estudo do Urban Institute é um dos muitos que apontam para uma tempestade perfeita de tendências econômicas prejudicando os profissionais mais jovens. Uma delas é o colapso da bolha imobiliária. Muitos jovens adultos são impedidos de penetrar nesse mercado, porque as exigências para a concessão de financiamentos foram elevadas. Uma segunda tendência importante é o crescimento da dívida com crédito estudantil, que continuou a aumentar ao longo da recessão.

Para finalizar, na última meia década, os profissionais mais jovens vêm enfrentando um mercado de trabalho brutal. O índice de desemprego atual é de 7,8% entre trabalhadores de 25 a 34 anos e 5,5% entre os de 45 a 54.


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