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New York Times

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Bridget Foley

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Editora discreta dita tendências da moda

"A moda é a única disciplina em que não há recesso criativo."

Por RUTH LA FERLA

Com resenhas e colunas provocativas, Bridget Foley, a editora-executiva da revista "Women's Wear Daily", faz reportagens sobre as linhas de frente da moda. Seus pronunciamentos têm o tipo de peso que faz da "WWD" leitura obrigatória entre formadores de opinião e seguidores do setor.

Mas Foley usa sua autoridade com leveza, em geral evitando o tipo de atenção que vem com a fama. Mantém sua vida pessoal em particular, e talvez seja a voz mais poderosa da moda sem uma face pública.

"Poderosa? Não tenho certeza se eu penso nesses termos", meditou. "Eu escrevo sobre uma indústria. Tem a ver com a moda, e não comigo."

Foley chegou à "WWD" em meados dos anos 1980, quando tinha 20 e poucos anos. O ambiente no escritório era ao mesmo tempo intimidador e intoxicante. Foley mantinha a cabeça baixa, mas fez o máximo em seu cargo de editora de mercado júnior para defender os talentos emergentes, estilistas como Helmut Lang e Marc Jacobs.

Também fez a crônica minuciosa da carreira de Michael Kors. "Ela é uma entre um punhado de escritores que observou minha carreira desde a infância", disse Kors. Seu apoio, ele acrescentou, "permitiu que os varejistas soubessem de mim antes que eu fizesse desfiles".

Foley nutriu o amor pela moda desde o tempo em que estava na escola elementar em Troy, no interior de Nova York.

Ela se considera uma espécie de "cheerleader" da moda. "O que os estilistas fazem é tão difícil", disse. "A moda é a única disciplina em que não há recesso criativo."

Toques aguçados e tensos são detectados em suas colunas. Em janeiro, ela criticou Michelle Obama por se comportar como uma prima-dona nos tapetes vermelhos, mantendo seu público e mais de uma dúzia de estilistas em suspense sobre o que ela vestiria na posse presidencial.

"A senhora Obama não é uma estrelinha mimada preparando-se para o Oscar", criticou. "Nem deveria se comportar como tal."

Para os críticos, Foley pode ser obstinada. Mas seus defensores dizem que suas ideias são condicionadas por uma sensação inerente de justiça.

"Ela tem uma bússola moral muito forte", disse Gina Sanders, executiva-chefe da Fairchild Fashion Media, que publica "Women's Wear Daily".

Divorciada no início dos anos 1990, Foley não se casou de novo e criou sozinha sua filha Gráinne, hoje com 27 anos. Gráinne é gerente-assistente de uma loja Marc Jacobs, e alguns do setor sugeriram que Foley foi indevidamente influenciada por sua longa amizade com o estilista.

Em qualquer dia se pode encontrar Foley escolhendo imagens de página inteira em reuniões diárias com sua equipe de moda, entrevistando pessoas como Karl Lagerfeld e Jacobs em reuniões da indústria ou cortejando fontes em jantares tarde da noite.

"Para um estilista que quer ser levado a sério", disse Adrien Field, que apresentou sua coleção de estreia em Nova York em fevereiro, "uma resenha da 'WWD' é um selo de garantia que você pode levar para reuniões de vendas e em propostas para investidores."

Mas os profissionais do ramo lamentam que a voz de Foley (e, por extensão, da "WWD"), muitas vezes, carece de incisividade. Hoje, a opinião dos consumidores é dirigida por uma cacofonia de vozes em blogs e sites, programas de televisão e revistas de moda -muito diferente da época em que a WWD era a força dominante no setor.

Na opinião de Field, Foley é uma rara editora de moda que continua acima da balbúrdia, com credibilidade e conhecimento, e imaculada por interesses comerciais.

Foley poderia enrubescer diante dessa avaliação. Ela mesma resume seus méritos em uma frase simples: "Eu faço as coisas acontecerem".


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