Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

New York Times

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Japão vê em iene mais fraco a saída da estagnação

Por HIROKO TABUCHI e GRAHAM BOWLEY

TÓQUIO - Durante quase duas décadas, as fortunas econômicas do Japão se deterioraram. Pouco parecia estar sendo feito a respeito disso.

Mas, nos últimos meses, o novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, pressionou os fazedores de políticas e outras autoridades a tomar medidas mais ousadas. Seu trabalho ficou evidente quando o iene atingiu o valor de cem por dólar pela primeira vez em quatro anos e a economia cresceu a um robusto ritmo anual de 3,5% no primeiro trimestre.

O iene mais fraco ajudou as exportações japonesas a crescer 3,8%, empurradas por fortes remessas de carros e outros produtos manufaturados para os Estados Unidos.

"A 'abenomia' está prestes a atingir o topo da concorrência global", disse Abe. "Finalmente estamos vendo uma correção do iene excessivamente forte."

A Toyota Motor relatou neste mês que sua receita líquida anual aumentou três vezes. Já a Sony gerou um lucro anual pela primeira vez em cinco anos.

Talvez o mais importante, especialmente para os cidadãos japoneses, é que o movimento do iene deverá reanimar a inflação na economia antes moribunda.

O Banco do Japão, banco central do país, pretende duplicar a quantia de dinheiro em circulação, buscando produzir uma inflação anual de cerca de 2%.

Akira Amari, ministro da revitalização econômica, desviou a atenção do papel do Japão em enfraquecer sua moeda, em uma aposta para afastar acusações de que o país está manipulando o iene para reforçar as exportações. Em vez disso, disse ele, a força do dólar refletiu as esperanças dos investidores de um retorno econômico nos EUA.

Mas o Conselho Americano de Política Automotiva reagiu com força. "A profundidade da manipulação monetária japonesa atingiu um novo patamar", disse o presidente do conselho, Matt Blunt. Segundo ele, o enfraquecimento do iene custaria exportações e empregos aos EUA.

O Banco do Japão está seguindo um programa de aquisição de ativos para inflar a economia, comprando agressivamente títulos de longo prazo e duplicando em dois anos o valor dos títulos em posse do governo.

Porém, o Japão ainda enfrenta muitos desafios para se livrar de seu período de deflação. Ele tem uma população que envelhece e regulamentos pesados que tornam a economia ineficiente.

Também há preocupações de que uma moeda fraca demais possa trazer dificuldades para um país que depende de importações de energia e alimentos.

O segredo, segundo economistas, está em quanto os exportadores vão transferir de seus lucros para os consumidores, aumentando os salários ou contratando novos trabalhadores.

Abe tem pressionado as empresas a aumentar os pagamentos. Ele declarou, no mês passado, que as companhias precisam "devolver os ganhos corporativos favoráveis a seus trabalhadores", levando uma série de companhias a declarar aumentos de salários.

"Se os salários subirem, então o retorno da inflação é boa notícia", escreveu em uma recente nota de pesquisa Nicholas Smith, estrategista para o Japão na CLSA Asia-Pacific Markets.

"Se os salários ficarem baixos, tudo o que veremos é estagflação."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página