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New York Times

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Empresas investem em sabores "de nicho"

Por STEPHANIE STROM

NEW BERN, Carolina do Norte - Se os produtores de frango pudessem criar uma raça com três pernas, o fariam. Eles mal conseguem atender à demanda por coxas e outros pedaços de carne escura, que já foram as partes menos apreciadas de um frango.

"O público está mudando", disse Bill Lovette, executivo-chefe da avícola Pilgrim's Pride. "Há uma população cada vez maior que prefere carne escura."

A crescente influência dos imigrantes da América Latina e da Ásia no paladar americano foi sutil, ainda que hoje as prateleiras dos mercados exibam mais produtos com ingredientes como capim-limão e pimenta sriracha.

Há anos, as empresas multinacionais de alimentos experimentam ingredientes, muitas vezes lutando para encontrar apelo suficiente para lançar ou sustentar novas marcas.

Mas sabores de frutas, temperos picantes, diferentes texturas e grãos e até inovações na embalagem estão se tornando essenciais para os grandes fabricantes de alimentos que tentam atrair diversos paladares, segundo os executivos dessas empresas.

De 2010 a 2012, as vendas de alimentos "étnicos" nos EUA aumentaram 4,5%, chegando a US$ 8,7 bilhões. A empresa de pesquisas de mercado Mintel Group estima que, entre 2012 e 2017, as vendas de alimentos "étnicos" nos mercados crescerá mais de 20%. A Mintel prevê que, nesse período, os alimentos do Oriente Médio e do Mediterrâneo terão o melhor resultado em termos de faturamento.

Considere a popularidade crescente de Jarritos, o refrigerante mexicano com sabor de fruta, em um momento em que as vendas de refrigerantes diminuem de modo geral. "Sabíamos que éramos fortes entre os hispânicos", disse David Flynn, diretor de marketing da Novamex, que produz e vende Jarritos fora do México.

"Mas ficamos surpresos ao descobrir que os não hispânicos realmente adoravam certas coisas da marca -por exemplo, os sabores de frutas, a garrafa de vidro e o açúcar natural."

A Nestlé teve sucesso semelhante com o achocolatado Abuelita, um item básico nas cozinhas hispânicas.

"A aculturação dessas comunidades na corrente dominante tornou os consumidores americanos, em geral, mais abertos a novos sabores e texturas", disse Carlos Velasco, presidente da divisão de marcas internacionais da Nestlé USA. "O desafio positivo para empresas como a Nestlé é alcançar uma compreensão dessas tendências e então traduzi-las para o mercado norte-americano, porque você nem sempre pode adotar as receitas exatas e a linguagem que são usadas em outros mercados."

Companhias de alimentos e bebidas estão investindo pesado na transformação de linhas de produtos. As novas embalagens da Campbell Soup Company também refletem mudanças demográficas. A Go Soup vem pronta para o consumo, solução destinada a jovens que também vão apreciar os sabores -soja, leite de coco e feijões verdes em uma sopa de galinha cremosa.

A Campbell também colocou seus novos molhos Skillet e Slow Cooker em sachês, em sabores como Churrasco Doce Coreano e Gergelim Torrado.

Chuck Vila, vice-presidente para visões de cliente e consumidor na Campbell, disse que as mudanças foram feitas em parte porque a origem étnica afetava as decisões de compras da geração do milênio, pessoas de 18 a 30 e poucos anos.

"Espaguete e almôndegas podiam ser uma aventura para os pais dessa geração, mas esses jovens cresceram com todo tipo de oferta gastronômica, de comida mexicana a sushi, muitas vezes em uma mesma praça de alimentação", disse.

A Frito-Lay realizou recentemente um concurso nos EUA, chamado "Faça-nos o Sabor", para ajudar a identificar novos sabores para suas batatas fritas Lays. Cerca de 3,8 milhões de consumidores apresentaram sugestões, e a Frito-Lay fabricou as três finalistas: Frango e Waffles, Pão de Alho com Queijo e Sriracha.

O próprio concurso foi importado, pois já fora realizado no Reino Unido, na Índia e na África do Sul, revelando sabores como Salada Caesar, Chilli com Chocolate e Esquilo Cajun.

"A diversidade dos sabores finais, sem falar nos outros de que ouvimos falar, não é nada do que havíamos imaginado", disse Christine Kalvenes, vice-presidente de inovação da Frito-Lay.

O Pão de Alho com Queijo foi o vencedor final. Kalvenes disse: "Dez anos atrás, esse seria um produto de nicho".


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