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New York Times

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Mortes por overdose ameaçam raves

Por BEN SISARIO e JAMES C. McKINLEY Jr

Nos últimos anos, o mercado para a música eletrônica dance foi impulsionado por enormes festas com DJs renomados e shows de luzes psicodélicas, crescendo a um valor estimado de US$ 4,5 bilhões (R$ 10,1 bilhões) e atraindo investidores e patrocinadores empresariais.

No entanto, mortes causadas pelo drogas nesses eventos salientaram os riscos não apenas para os fãs, mas para as empresas que querem lucrar com essa moda.

Desde março, pelo menos sete frequentadores de festas de dance nos EUA morreram depois de apresentar sintomas que indicavam overdose de ecstasy ou Molly (droga apresentada como uma versão cristalina e em pó do MDMA).

No início de setembro, o festival Electric Zoo foi fechado, a pedido das autoridades de Nova York, depois que dois frequentadores morreram aparentemente por overdoses de MDMA. Para os executivos, as mortes podem assustar investidores e patrocinadores.

As festas podem atrair centenas de milhares de pessoas para ouvir DJs como David Guetta, Tiesto e Deadmau5. As mais concorridas cobram até US$ 300 (R$ 675) por dois dias de música.

Defensores do mundo dance dizem que são perseguidos pela mídia. Drogas e overdoses, segundo eles, há muito tempo são associadas à música popular. Por exemplo, dez pessoas morreram desde 2002 no festival Bonnaroo no Tennessee, a maioria por causa das drogas.

"É como uma lupa, isso é injusto", disse Amy Thomson, gerente da Swedish House Mafia, grupo de DJs e produtores bem-sucedido no mercado.

O atual burburinho com o ecstasy lembra uma onda dos anos 1990, quando cidades de todos os EUA fizeram "raves" ilegais. Hoje, astros como Miley Cyrus e Kanye West se referem à droga Molly em canções e o termo aparece nos festivais em camisetas, faixas ou pinturas corporais.

Relatos de mortes ligadas a drogas não desacelerou a popularidade do gênero. Em 2010, uma garota de 15 anos morreu de overdose de ecstasy no Electric Daisy Carnival, em Los Angeles. Ainda assim, o festival se espalhou pelos EUA e chegou a Londres.

Neste ano, a maior empresa de shows ao vivo dos EUA, a Live Nation, comprou metade da Insomniac, companhia por trás do festival, por um valor estimado em US$ 50 milhões. Pasquale Rotella, fundador da Insomniac, defendeu as medidas de segurança de sua empresa e disse que os promotores, até certo ponto, "herdam problemas sociais".

Mas ele e outros do setor admitiram que as percepções negativas estão afastando patrocinadores.

Negócios importantes no mundo da dança eletrônica tiveram grandes apoiadores, como a Absolut Vodka com a Swedish House Mafia e a Pepsi com o DJ Calvin Harris. Mas, até para festivais mais populares, a lista de patrocinadores é pequena, comparada a eventos de rock e pop.

A maioria dos promotores de festivais tem políticas de tolerância zero às drogas, e os eventos têm verificação de segurança e ambulâncias de prontidão.

Mas muitos pensam que se pode fazer mais para desestimular o uso de drogas. "Não acho que devemos ter medo de dizer 'Não usem drogas'", disse A-Trak, um conhecido DJ. "Existe uma espécie de elefante na sala. As pessoas têm medo de dizer: 'Isso é perigoso, não brinquem'."

Armin van Buuren, outro popular DJ, disse que o Electric Zoo era um dos festivais mais bem dirigidos que frequentou, com muita segurança e pessoal médico. "Por algum motivo, recebemos o carimbo do abuso de drogas. Acho isso injusto", disse. "Estraga a festa de muitas outras pessoas."


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