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New York Times

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Demanda por carvão cai após China restringir compras

Por CLIFFORD KRAUSS

Na maior parte da década passada, a crescente fome da China por energia respondeu por mais de 50% da demanda mundial de carvão, elevando os preços do produto e estimulando a mineração na Austrália, Indonésia e até em países distantes como a Colômbia e a África do Sul.

Mas, nos últimos meses, as esperanças despertadas por essa tendência parecem ter recuado, diante da acomodação nos mercados mundiais de carvão. A demanda europeia é baixa, e as economias dos países emergentes estão se desacelerando. E depois de anos de importações crescentes, a China tomou medidas para reduzir as importações.

O país modernizou suas minas de carvão, aumentou a eficiência nas usinas termoelétricas que usam o combustível e acelerou o desenvolvimento de energia nuclear e renovável.

Em 12 de setembro, Pequim também anunciou uma proibição à construção de novas usinas a carvão na capital, em Xangai e em Cantão, para controlar a poluição do ar. O plano fará com que as novas plantas usem gás natural, energia nuclear e energia solar.

As iniciativas, acompanhadas pela desaceleração na China, minaram as expectativas quanto a importações e ajudaram a produzir um excesso de produção que causou queda de mais de 30% nos preços do carvão desde 2012.

"Estamos vendo o início de uma grande mudança estrutural, especialmente no setor de energia chinês", diz Richard Morse, da SuperCritical Capital, uma consultoria de energia. "Isso é um sinal significativamente pessimista quanto ao carvão".

Agora, as mineradoras reduzem suas atividades de extração e adiam projetos de exportação, da Austrália ao golfo do México, especialmente para o carvão usado na produção de eletricidade. Nos EUA, foi cancelada a construção de seis terminais de exportação do combustível.

Os preços internacionais do carvão estão em forte queda já há um ano. O carvão Newcastle, uma das referências do mercado, ficou abaixo dos US$ 80 (R$ 176) nas transações com entrega imediata, ante US$ 120 (R$ 264) em 2012.

Quando Austrália e Indonésia concentraram seus esforços de produção no mercado chinês, Japão e Coreia do Sul passaram a recorrer aos EUA para futuros suprimentos, o que estimulou o interesse na construção de terminais de exportação nos Estados do Oregon e Washington e na costa do golfo do México.

No começo de 2012, o setor carvoeiro norte-americano planejava expandir a capacidade portuária em 168 milhões de toneladas, mas as esperanças quanto a isso se dissiparam. As exportações dos EUA devem cair 5% neste ano, após o recorde de 113 milhões de toneladas no ano passado.

"Os preços mundiais do carvão no momento não oferecem sustentação a grandes exportações", disse Anthony Yuen, analista de energia do Citigroup.

A receita e os preços das ações das companhias carvoeiras também despencaram este ano, forçando as mineradoras a reduzir operações, especialmente na região dos Apalaches, onde as despesas são mais elevadas, e a demitir 6% dos funcionários no primeiro semestre.

Executivos do setor de carvão dos EUA reconhecem que passam por um período difícil. Ainda existem propostas para diversos terminais de exportação na costa noroeste, mas a oposição política local e anos de obstáculos regulatórios colocam em dúvida o futuro desses planos.

"É compreensível que as instituições financeiras fiquem nervosas quanto a esses projetos", diz Trevor Houser, diretor de pesquisa de energia e recursos naturais no Rhodium Group. "Não acredito que os preços voltem aos níveis generosos da última década".


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