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New York Times

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Ciência desvenda nado das águas-vivas

Por JAMES GORMAN

A medusa-da-lua, um tipo comum de medusa (ou água-viva), costuma ser vista como um invasor ecológico, um estorvo para os nadadores ou algo pior. Uma explosão populacional das medusas-da-lua no mês passado entupiu as entradas de água de uma usina nuclear sueca, levando ao seu desligamento.

A medusa, que pode ter de 5 a 38 cm de diâmetro, causa tanta preocupação que engenheiros na Coreia do Sul desenvolveram robôs marítimos ambulantes para destruí-las.

Mas alguns pesquisadores se interessaram por outro aspecto dessas bolhas altamente bem-sucedidas. Elas podem ser os mais eficientes nadadores do planeta.

Brad Gemmell, do Laboratório de Biologia Marinha de Woods Hole, em Massachusetts, e outros cientistas analisaram o movimento das medusas como parte de um projeto financiado pela Marinha, examinando aquilo que Gemmell descreveu como "propulsão não tradicional".

Os cientistas usaram uma nova forma de calcular a energia, chamada "custo de transporte", que levou em conta o que acontecia durante as duas fases do movimento de natação da água-viva.

Na primeira fase, o animal contrai sua cavidade gastrovascular (o celêntero) e empurra a água sob ele, impulsionando-se para frente. Aí, ele volta à sua forma original e torna a se encher de água.

Estudos anteriores haviam demonstrado que a medusa recebia um segundo impulso durante a fase de descanso e reenchimento, mas não haviam calculado o gasto energético do animal durante esse período. Ocorre que a medusa não estava realmente fazendo nenhuma atividade nessa fase.

Em vez disso, o tecido elástico do celêntero funcionava como uma cinta de borracha, devolvendo sua forma original. Essa ação produzia sob a medusa um movimento de turbilhão, o que a impulsionava para frente.

O estudo mostrou que o empurrão secundário era responsável por cerca de 30% da distância percorrida pela água-viva e funcionava mesmo com águas-vivas anestesiadas que eram empurradas na água. A fase de recuperação e seu "coice" eram puramente mecânicos. "É isso que as torna tão eficientes do ponto de vista energético", disse Gemmell.

A descoberta oferece algumas ideias sobre propulsão que poderiam ser úteis para a Marinha.

Esse tipo de propulsão com baixo gasto energético e alta eficiência não alimentaria nenhum tipo de embarcação oceânica veloz e com manobras ágeis, mas poderia ser útil para aparelhos de monitoramento que precisam manter sua posição ou se deslocar lentamente.

Esse também pode ser um motivo, disse Gemmell, pelo qual a água-viva tem tanta energia para gastar na reprodução.


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