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New York Times

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Berlim vira nova capital da cultura

Por REBECCA SCHMID

BERLIM - Na primeira vez que Cameron Carpenter foi a Berlim, a cidade estava coberta de neve e parecia um lugar onde espiões poderiam estar escondidos nas sombras. Um ano mais tarde, em 2010, Carpenter -o "enfant terrible" do mundo do órgão erudito- mudou-se de Manhattan para o hoje descolado bairro de Mitte.

Carpenter, 32, recordou: "A história da cidade me atraiu. Berlim é um lugar que se reinventou muito, por necessidade. Como americano, e especialmente como artista, isso me atrai muito."

Com seus imóveis a preços acessíveis e sua abertura ao experimentalismo, Berlim é conhecida como ímã das artes visuais. Seus setores crescentes de cinema e moda também atraem profissionais ambiciosos de todo o mundo, que encontram na cidade um ambiente acolhedor no qual podem criar e se relacionar com outros artistas. Recentemente, Berlim também virou centro mundial da música erudita.

O selo francês Harmonia Mundi vai transferir sua sede alemã de Heidelberg para Mitte neste mês. Nos últimos quatro anos, a Sony e a Deutsche Grammophon montaram escritórios internacionais aqui. Grandes empresas de gestão de artistas e de relações públicas abriram filiais em Berlim, e muitos compositores se radicaram aqui, incluindo Olga Neuwirth, Mark Andre e Brett Dean.

Enquanto a austeridade dificulta a vida em muitas partes da Europa, o governo alemão continua a patrocinar três teatros de ópera em tempo integral e sete orquestras na capital. A Filarmônica de Berlim sempre foi uma atração maior, mas instituições do antigo setor oriental, como a Konzerthaus Berlin e a Komische Oper, viram seu público crescer mais de 10% na temporada passada. O turismo é um fator de benefício adicional. O Konzerthaus estima que 27% de seu público é composto por turistas.

Desde a queda do Muro de Berlim e, mais recentemente, com a ascensão da Alemanha como a maior força econômica e cultural da União Europeia, o fluxo de artistas a Berlim foi pouco a pouco restaurando o dinamismo da cidade. O movimento inclui uma geração jovem de israelenses.

O crescimento de Berlim levou a Deutsche Grammophon a lançar um festival ao ar livre, que terá início no próximo verão, para exibir o trabalho de seus artistas mais jovens.

O pianista Pierre-Laurent Aimard, 56, expoente da música contemporânea e membro fundador do Ensemble InterContemporain, considera Berlim a capital cultural e intelectual da Europa no momento, entre outras razões, pela importante posição geopolítica que ocupa. Ele se radicou na cidade há dois anos, vindo de Paris, onde vivia desde seus tempos de estudante.

"É interessante morar numa cidade que passa por mudanças permanentes", disse.

"As coisas não estão completamente resolvidas aqui. O que eu acho muito positivo é que Berlim carrega sua história com alto grau de inteligência, reflexão e senso de justiça. Acho isso uma grande lição para a humanidade."


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