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New York Times

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Cientistas desvendam mistério da fonte de contas

Por JAMES GORMAN

Não é comum um vídeo na internet motivar uma pesquisa de física, mas foi o que aconteceu no caso da misteriosa fonte da corrente.

Tudo começou com Steve Mould, apresentador de programas de ciência na televisão no Reino Unido. Mould, que tem mestrado em física por Oxford, parece ser o descobridor da fonte da corrente, a qual ele demonstrou em um vídeo on-line. Nele, ele puxa a ponta de uma longa corrente de contas metálicas para fora de um recipiente de vidro. A seguir, a massa de contas ganha impulso e salta sozinha para fora do recipiente.

A grande surpresa é que a corrente não se derrama simplesmente sobre a borda. À medida que cai, ela se ergue e forma uma parábola, como em um chafariz. "Eu me deparei com isso por acaso", disse ele. "Estava procurando um modelo físico de um polímero". Ele achou que uma corrente de contas funcionaria e, enquanto explorava essa possibilidade, viu uma demonstração de contas de plástico vertendo sozinhas de um recipiente e se derramando pela borda.

"Aí pensei: 'Quero reproduzir isso, mas talvez contas metálicas tenham um efeito visual melhor'." Então ele experimentou e, para sua surpresa, a corrente se ergueu como uma serpente adestrada. O vídeo, postado há cerca de um ano, tornou-se viral e foi visto por John Biggins, físico de Cambridge.

Ele vinha conversando com outro físico, Mark Warner, sobre um projeto no qual este trabalhava, um curso on-line para melhorar as aulas de física no ensino médio. Biggins mostrou o vídeo da fonte da corrente a Warner, e ambos concordaram que esse era um problema ideal para apresentar aos estudantes, pois envolvia a física de Newton, não alguma variante radical da teoria das cordas ou de mecânica quântica.

Então eles perceberam que não compreendiam realmente o enigma. Segundo Biggins, a fonte era "surpreendentemente complexa". A corrente se movimentava com mais velocidade do que a gravidade permitiria, e eles intuíram que algo devia impulsionar a corrente para cima.

Uma chave para entender o fenômeno, disse Biggins, é que matematicamente uma corrente pode ser pensada como uma série de hastes ligadas. Quando se pega a ponta de uma haste, duas coisas acontecem. Uma ponta sobe e a outra desce, ou tenta descer. Mas se a força para baixo for contida pela massa de corrente embaixo dela, há um efeito de rebote, e a haste é empurrada para cima fazendo a corrente se erguer. Biggins e Warner publicaram seu estudo em 15 de janeiro no periódico científico "Proceedings of the Royal Society A". Conforme o doutor Warner esperava, agora a fonte da corrente faz parte de um curso de física para estudantes do ensino médio.


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