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New York Times

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Concorrência aumenta nos céus do Vietnã

Por MIKE IVES

HO CHI MINH, Vietnã - A gerente de restaurante Chien Anh costumava voar pela Vietnam Airlines, a companhia aérea estatal de bandeira, ou pela econômica Jetstar Pacific, também controlada pelo governo.

Mas, desde que a VietJet Air foi lançada, em 2011, a fidelidade que tinha começou a diminuir.

No final do ano passado, a empresa privada controlava cerca de 25% dos assentos nos voos domésticos, contra 63% da Vietnam Airlines e 12% da Jetstar Pacific, segundo a consultora Capa - Center for Aviation.

"Se comparada com a companhia de bandeira, a VietJet é um pouco mais barata e o serviço é o mesmo", disse Anh, 32.

A concorrência está esquentando no setor de aviação do Vietnã justamente quando a Vietnam Airlines e outras estatais planejam uma oferta inicial de ações para este ano.

Analistas veem as oportunidades na aviação como um potencial indicador de como as reformas econômicas do país poderão acontecer.

Pham Ngoc Minh, executivo-chefe da Vietnam Airlines, disse que a empresa está "no caminho certo" para uma abertura de capital até junho.

Ele afirmou que o governo controlaria entre de 65% a 75% da Vietnam Airlines, e que a Jetstar Pacific, que segundo ele terá dez aviões este ano, planeja competir no mercado de baixo custo. A Vietnam Airlines prevê ampliar a frota de 82 para 150 aeronaves até 2020.

O analista de aviação Shukor Yusof, da agência Standard & Poor's, diz que a Vietnam Airlines pode ter problemas para atrair investidores.

Yusof também considera que, devido à interferência estatal, companhias aéreas controladas por governos geralmente enfrentam dificuldades para se manterem competitivas.

Em fevereiro, a VietJet informou que havia concluído um acordo de US$ 9,1 bilhões (R$ 20,1 bilhões) para a compra de 63 aviões, com opção de aquisição de mais 30 -uma acentuada expansão em relação à sua frota atual, de 11 aeronaves.

Analistas de aviação dizem que a VietJet pode continuar a crescer rapidamente no mercado interno, mas enfrentará intensa competição para concorrer regionalmente com companhias de baixo custo.

Luu Duc Khanh, diretor-administrativo da VietJet, afasta o ceticismo, dizendo que a empresa planeja, dentro de três a cinco anos, voar não só dentro da Ásia, mas também para a Europa e os Estados Unidos.

Uma abertura de capital da Vietnam Airlines pode ser um ensaio que leve a mudanças econômicas sistêmicas por parte dos líderes vietnamitas, diz Edmind Malesky, professor de ciência política da Universidade Duke, na Carolina do Norte.

Mas ele recomenda cautela, observando que a mera oferta de ações nos segmentos mais bem-sucedidos do setor estatal não traria lucros, porque muitas estatais ineficientes estão sugando os cofres públicos.

O premiê Nguyen Tan Dung prometeu acelerar as reformas econômicas, e os indícios preliminares são de que o governo está disposto a reformular um setor estatal que há muito tempo emperra a economia, de acordo com analistas que acompanham a política vietnamita.

Esse é um tema de considerável interesse para Estados Unidos e Europa, que negociam acordos comerciais com o país.

Não houve nenhuma orientação clara por parte do governo sobre a exata dimensão ou profundidade das mudanças planejadas nas companhias estatais.

Também não está claro ainda quais setores continuarão sob controle do Estado, e se essas companhias querem se tornar abertas em um momento de baixo crescimento econômico.


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