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New York Times

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Liderança informal molda ambiente de empresas

Assim como chefes, homens são maioria entre intermediários

Por PHYLLIS KORKKI

Quem realmente faz as mudanças em uma organização? Nem sempre são as pessoas com os cargos executivos mais altos.

Um número crescente de pesquisas aponta a importância de líderes informais chamados pelos pesquisadores de "intermediários", os quais têm o dom de estabelecer novas ligações entre os funcionários, gerando resultados produtivos.

Uma nova pesquisa feita por Raina A. Brands, da London Business School, e por Martin Kilduff, da University College London, descobriu um preconceito em relação a papéis de intermediação.

Os professores Brands e Kilduff examinaram as chamadas "redes de amizade" dentro de organizações. Nesse sentido, amigos são as pessoas às quais se recorre em busca de ajuda, conselhos e informações, estejam ou não em seu grupo de trabalho.

Em outras palavras, aquelas que você gosta e nas quais confia, diz Brands. É dentro dessas redes de amizade que se faz grande parte do trabalho de uma organização, segundo ela.

Em um estudo de dois grupos distintos -funcionários de uma distribuidora de componentes eletrônicos e um grupo de estudantes de MBA-, Brands e Kilduff identificaram intermediários, baseando-se no alto nível de conectividade que eles demonstravam.

Eles ainda identificaram as pessoas consideradas intermediárias pelos colegas, embora nem sempre elas o fossem.

Os pesquisadores solicitaram que os membros avaliassem seus colegas, incluindo os apenas considerados intermediários e aqueles de fato. Foi aí que surgiram diferenças motivadas por gênero.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas tendiam a ignorar as atividades de mulheres intermediárias e a exagerar o quanto os homens atuavam como intermediários. Havia também uma percepção mais negativa a respeito de mulheres reconhecidas como líderes informais nos dois grupos.

"Isso acabava prejudicando sua reputação", afirmou Raina A. Brands. "Elas eram vistas como mais competentes, porém menos simpáticas."

Segundo ela, outra pesquisa mostrou que os homens que assumem papéis de intermediação tendem a receber benefícios em forma de remuneração e promoções. Enquanto isso, as carreiras das mulheres intermediárias são afetadas negativamente.

Brands e Kilduff também analisaram o desempenho das equipes dos intermediários. O resultado foi que as mulheres consideradas intermediárias por suas equipes tendiam a ter melhor desempenho individual, em detrimento da avaliação dada ao resto de sua equipe.

Ambos os professores notaram que os homens são tradicionalmente definidos com adjetivos como agressivo, vigoroso, independente e decidido. Por outro lado, espera-se sempre que as mulheres sejam gentis, prestativas, compassivas e preocupadas com os outros.

De acordo com os pesquisadores, em geral se considera que as mulheres têm melhor desempenho no campo social -e que, portanto, seriam vistas como boas intermediárias no ambiente profissional.

Porém, "apesar da noção difundida de que as mulheres são especialistas sociais, as percepções sobre a posição das mulheres na rede são distorcidas devido à expectativa de que a intermediação é uma função masculina", escreveram eles.

Grande parte dessa distorção pode ser inconsciente, diz Brands, e simplesmente chamar a atenção dos funcionários para esse aspecto pode ajudar a minimizar o preconceito sofrido pelas mulheres no ambiente de trabalho das empresas.


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