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New York Times

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Xixi eleva irritação com China

Por GERRY MULLANY

HONG KONG - A decisão de um casal chinês de deixar seu filho urinar na rua em abril em Hong Kong foi motivo de uma briga, gravada em vídeo.

Isso gerou uma comoção nas redes sociais que se transformou em uma batalha relativa a uma questão maior: a ex-colônia britânica teria sido agora colonizada pela China?

A pergunta é justificada porque Pequim tenta impor seu controle político sobre o território, que recebe cada vez mais chineses com dinheiro e suas maneiras diferentes.

A partir do vídeo, foi desencadeado um debate sobre o domínio do território por Pequim e a lealdade de Hong Kong, justamente quando a China analisa se dá mais autonomia para que o território escolha seus líderes. Manifestantes se preparam para atuar caso a China não afrouxe seu punho de ferro.

Nas imagens, os pais da criança confrontando um homem que filmou com seu telefone celular a criança urinando.

Após a mãe ser acusada de tentar roubar o telefone do homem, chineses do continente inicialmente o acusaram de perversão por filmar a criança. Depois, alegaram que os moradores de Hong Kong não têm patriotismo e tratam mal os chineses cujo dinheiro impulsiona a economia do território.

"Eu aposto que esse pessoal orgulhoso de Hong Kong, que se indigna com o domínio da China, adoraria lamber as botas do Reino Unido, e também beijar a mão da rainha", escreveu um comentarista em resposta a um texto sobre as tensões postado no blog Sinosphere, do "New York Times".

Mas a insatisfação com a administração do território por Pequim está aumentando, sobretudo entre adultos jovens.

Um estudo recente mostrou que 80% dos entrevistados com idades entre 21 e 29 anos disseram estar insatisfeitos, e a maioria se identifica mais com Hong Kong do que com a China.

Chineses ricos do continente -estimulados pela ausência de impostos sobre vendas em Hong Kong e pela valorização da moeda em longo prazo- são acusados de aumentar demais os valores de imóveis.

Eles também são apontados como culpados pela inflação disseminada em Hong Kong, onde o salário mínimo é de cerca de US$ 4 por hora (R$ 8,88), mas os preços de mantimentos comuns são parecidos com os praticados em Nova York.

Com as tensões já altas, os ânimos continuam exaltados. Vídeos e fotos mostram comportamentos questionáveis, enquanto páginas como "Flagre o Chinês" despertam comentários jocosos e agressivos. Por sua vez, o governo chinês divulgou diretrizes sobre como se comportar no exterior.

No mês passado, um protesto contra o comportamento dos chineses atraiu 30 pessoas que imitaram o ato da criança e fi convocada uma contramanifestação de pessoas que pretendiam urinar na rua.

"A lei proíbe urinar em público", disse Ko Wing-man, secretário de Alimentos e Saúde. "Não estou criticando qualquer nacionalidade. A lei será implementada equitativamente."


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