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New York Times

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Jihad Islâmica é respaldada em Gaza

Por JODI RUDOREN

GAZA - Pouco antes da meia-noite, sete rapazes com máscaras pretas e roupas camufladas estavam em um campo com mato até a cintura, apontando rifles para o mar Mediterrâneo a menos de um quilômetro de distância da costa.

Nenhum soldado israelense pôs os pés na Cidade de Gaza em cinco anos, mas o comandante de 25 anos desse grupo das Brigadas Al-Quds -o braço armado da Jihad Islâmica- disse que suas tropas ficam de vigília todas as noites para "proteger o povo palestino" de qualquer "incursão".

Menor e menos conhecida internacionalmente do que o Hamas, que está no poder desde 2007, a Jihad Islâmica e suas Brigadas Al-Quds estão ressurgindo no cenário. Em abril, o grupo lançou cem foguetes em direção a Israel em menos de uma hora.

Pesquisas mostram que o apoio à Jihad Islâmica entre os moradores de Gaza está aumentando, pois o grupo vem construindo postos de saúde, abrindo escolas e expandindo seus serviços de mediação para famílias.

Fundada uma década antes do Hamas, a Jihad Islâmica há muito tempo se abstém da política eleitoral, concentrando-se na resistência militar à ocupação israelense.

Agora, respaldada por verbas iranianas e sem o encargo de governar, a Jihad Islâmica tem conseguido se afirmar como a principal expressão militar do nacionalismo palestino, enquanto uma população indócil culpa em parte o Hamas pelo desemprego crescente e a escassez diária de combustível, eletricidade e água.

Há pouco espaço ideológico entre os dois movimentos. Líderes de ambos os grupos, assim como analistas, dizem que eles estão coordenados e são complementares.

Mas dirigentes do Hamas se incomodaram no mês passado quando a Jihad Islâmica anunciou ter trabalhado diretamente com o novo governo egípcio apoiado pelos militares, que considera o Hamas um grupo terrorista, para restaurar a calma com Israel.

No entanto, líderes da Jihad Islâmica, que atuam no exílio em Damasco, também tentam melhorar as relações entre o Hamas e o Irã após um desentendimento sobre a guerra civil na Síria.

"Eles estão tentando se equilibrar em uma linha muito tênue entre Israel e o Hamas, e a pressão iraniana no pano de fundo", comentou um membro da inteligência israelense.

"Eles não querem embaraçar o Hamas", que "está em uma situação muito complicada."

O Hamas, acrescentou ele, teme que ações agressivas da Jihad Islâmica levem a uma escalada indesejada nas tensões com Israel.

Segundo um levantamento, 5% dos moradores de Gaza apoiavam a Jihad Islâmica em dezembro e 4% em março, uma alta em relação aos índices de 1% a 3% nos últimos anos.

"Esse grupo sempre foi elitista", disse Khalil Shikaki, diretor do Centro Palestino de Pesquisa sobre Políticas Públicas.

"Ele tinha mais apelo para os jovens instruídos do que para a geração mais velha e para a massa em geral."

Abu Malek disse que de dia é professor do sexto ano em uma escola dirigida pelo Hamas, mas que vai para o campo todas as noites após a última das cinco preces diárias do islamismo.


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