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New York Times

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Nokia usa mapas para alterar rumo

Por MARK SCOTT

BERLIM-Pela primeira vez em mais de três décadas, a Nokia encara o futuro sem ser um ator importante no mercado de celulares.

Em 25 de abril, a empresa concluiu a venda de sua combalida divisão de telefonia móvel para a Microsoft, por US$ 7,5 bilhões (R$ 16,65 bilhões). O acordo direciona os holofotes para o que resta da Nokia, o que inclui a divisão de redes de telefonia celular da empresa finlandesa e uma unidade de pesquisa e propriedade intelectual.

Mas a joia oculta da companhia- ou pelo menos aquilo que pode despontar como um convincente alvo para uma aquisição multibilionária-são os esforços da Nokia para mapear o mundo inteiro digitalmente.

O objetivo da empresa com o seu sistema de mapeamento, conhecido como Here e desenvolvido em Berlim, é simples, porém ambicioso: construir os mais detalhados e atualizados mapas digitais do mundo. Nos smartphones, o Here é superado pelo GoogleMaps, que tem cerca de 1 bilhão de usuários em celulares, em parte graças ao

fato de já vir instalado nos aparelhos que usam o sistema operacional Android, do Google.

O Here, aplicativo padrão para mapas dos aparelhos com Windows, tem apenas cerca de 100 milhões de usuários móveis. No mapeamento para veículos, porém, o Here tem o domínio, com mais de 80% do mercado mundial de sistemas de navegação incorporados aos carros.

A Nokia argumenta que os seus produtos de mapeamento, atualizados 2,7milhões de vezes por dia, são mais precisos do que os concorrentes, e que sua capacidade de personalizar os mapas distingue a Nokia dos demais.

Como resposta, o Google afirma que faz dezenas de milhares de alterações diárias nos seus mapas e que usa algoritmos complexos e informações externas, de fontes como o Departamento do Censo dos EUA, para construir mapas de 198 países.

Embora rivais como a Apple tenham tentado entrar no negócio global de mapeamento, elas até agora não tiveram sucesso. "O mapeamento é um negócio caro", disse Annette Zimmermann, da empresa de pesquisa tecnológica Gartner, em Munique.

"Se você já não construiu o que esses caras construíram, não faz sentido começar agora." Mas, apesar da sua posição sólida, a unidade de mapeamento da Nokia gerou em 2013 apenas 7%, ou US$ 1,2 bilhão (R$ 2,66 bilhões), da receita total da empresa, excluindo a sua unidade de celulares, de acordo com os balanços da companhia.

A divisão também relatou um prejuízo operacional de US$ 212 milhões (R$ 470,6 milhões) no mesmo período, já que a empresa continuou investindo na operação de mapeamento, que tem 6.000 funcionários, ou cerca de 11% da força de trabalho restante na Nokia, de 55 mil pessoas.

Além dos clientes automobilísticos, a Nokia licencia o Here para empresas como a Microsoft, que o utiliza em seu buscador Bing; para o tablet Kindle Fire, da Amazon; e para o serviço de fotos Flickr, do Yahoo.

A FedEx usa o mapeamento do Here para gerir seus caminhões de entrega em todo o mundo.

Fala-se que a Nokia poderia se decidir por vender ou separar a divisão de mapas, para que a empresa possa se concentrar em seu negócio principal de redes de

telefonia celular.

A unidade de redes, que fabrica torres de telefonia celular e outros equipamentos de telecomunicações para operadoras, vai gerar cerca de 90% da receita

anual daempresa.

Isso significa que o Here pode ser mais valioso para terceiros do que para a Nokia. "Há poucas empresas de mapeamento no mundo", disse Ehud Gelblum, analista do Citigroup. "É um patrimônio valioso."

Ao menos por enquanto, o Here continua sendo importante para a Nokia. "Há uma série de aplicações para o que estamos fazendo", disse o americano Reno Marioni, que dirige a divisão de mapeamento coletivo da Nokia, que alimenta os produtos da empresa com alterações feitas por usuários. "O mundo do mapeamento é um troço bem grande."


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