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New York Times

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Jogos de videogame conquistam academia

Por CHRIS SUELLENTROP

NOVA YORK - No oitavo andar de um prédio no Brooklyn, estudantes universitários se reúnem regularmente para jogar videogame. Eles não estão fazendo hora. Estão fazendo lição de casa.

Eles estudam a história de jogos como Street Fighter e Mortal Kombat, como uma classe fazia numa manhã recente. Outro grupo de estudantes era comandado por um professor ao procurar ideias contemporâneas de design num console de videogame da década de 1970, o Atari 2600.

No Game Center da Universidade de Nova York, onde a coleção da biblioteca inclui cerca de 5.000 jogos, a diversão encontrou seu caminho para a sala de aula. Em maio, os primeiros formandos de um novo programa de mestrado em design de games receberam seus diplomas na NYU.

O Game Center faz parte da Tisch School of the Arts, indicando que o design de jogos é lecionado junto a teatro, cinema e televisão.

"Ao menos profissionalmente, me sinto como uma versão muito melhorada do que era há um ano", declarou Charles George, ex-desenvolvedor de sites que entrou no programa de mestrado no ano passado para acelerar seus planos, há muito adiados, de trabalhar criando jogos.

O entusiasmo acadêmico por videogames aumentou para acompanhar a onda. Designers respeitados estão sendo recebidos no ensino superior pelo conhecimento que acumularam num mercado multibilionário para o qual, até pouco tempo atrás, não existia treinamento formal. Um designer do jogo para computador Doom, de 1993, ajuda a conduzir um novo programa de mestrado na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz. O criador de Deus Ex, game de 2000 que foi um dos mais influentes na história desse setor, está iniciando um programa de pós-graduação na Universidade do Texas. Um dos principais designers da popular série Uncharted, da Sony, é professor titular da Universidade do Sul da Califórnia.

Vanessa Briceño, que cresceu perto de Houston, no Texas, entrou no programa da NYU pensando em iniciar uma carreira escrevendo sobre videogames.

Após frequentar aulas onde aprendeu como desenvolver protótipos e games rapidamente, ela está repensando esse plano. "Eu não sabia que queria desenvolver jogos", afirmou. "Acho que isso jamais havia me ocorrido".

Metade da classe de 22 alunos de primeiro ano vem de fora dos Estados Unidos. O diretor do Game Center da NYU é Frank Lantz, que criou o Drop7, um game de enigmas. "Produzir um jogo combina tudo o que há de difícil em construir uma ponte com tudo que há de difícil em compor uma ópera", disse ele. "Jogos são basicamente óperas feitas de pontes".

Não muito longe de um gabinete que permite que os estudantes joguem games clássicos da década de 1980, como Pac-Man, Donkey Kong e Dig Dug, Eric Zimmerman, um dos cinco professores em tempo integral do Game Center, dava uma de suas aulas. "É com isso que o sucesso se parece", disse ele, enquanto um vídeo do YouTube era reproduzido aos alunos.

O vídeo era uma ideia de Ian Dallas, então estudante da Universidade do Sul da Califórnia, para um jogo que se tornaria um dos lançamentos mais interessantes de 2012, The Unfinished Swan, para o PlayStation 3.

Hoje, um clipe no YouTube pode formar uma carreira: Dallas assinou um contrato de três games com a Sony -principalmente pela força de seu vídeo.

Quanto à faculdade de arte, gastar US$ 100 mil ou mais num diploma de mestrado não é o único caminho para um aspirante a criador. Mas agora, Sony, Microsoft e Nintendo estão de olho nas principais escolas de design de games. Segundo Chris Charla, diretor de um programa da Microsoft que ajuda desenvolvedores independentes a publicar seus jogos no novo console Xbox One, as faculdades estão atualmente "gerando alguns dos games mais impressionantes e revolucionários do planeta"


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