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New York Times

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Lagostins também sofrem de ansiedade

Por JAMES GORMAN

O homem moderno não é o único a sofrer de ansiedade -ou a combatê-la com medicamentos. Até os simples lagostins padecem desse mal.

Presumivelmente isso já era evidente para os lagostins, cuja existência é calculada em mais de 200 milhões de anos. Devido a peixes predatórios, eles sempre tiveram motivos para se preocupar.

Agora, cientistas analisaram comportamentos em lagostins que se enquadram no padrão de um certo tipo de ansiedade em seres humanos e outros animais.

Relatadas neste mês no periódico "Science", as descobertas sugerem que os sinais externos de ansiedade existem há muito tempo e se estendem à cadeia alimentar. Isso reforça as ligações às vezes surpreendentes entre os seres humanos e outros seres vivos.

A reação a ameaça ou perigo descoberta pelos cientistas em lagostins já havia sido documentada em outros animais, porém não em invertebrados.

Pascal Fossat e Daniel Cattaert, da Universidade de Bordeaux, relataram que lagostins que recebiam choques elétricos não saíam das áreas escuras de um aquário para áreas iluminadas mais amedrontadoras (para um lagostim).Os lagostins que não receberam choques eram mais ousados. Embora pudessem hesitar, às vezes exploravam as áreas iluminadas.

Quando os lagostins nervosos recebiam um ansiolítico à base de clordiazepóxido, que já foi comercializada como o medicamento Librium, a cautela era eliminada. De certa maneira, o padrão era previsível. "O cérebro sempre tenta prever o futuro com base em experiências anteriores", disse Cori Bargmann, da Universidade Rockefeller.

Segundo Cattaert, "quando está diante de algum perigo, o animal adapta seu comportamento momentaneamente para tentar avaliar o risco futuro". Essa reação é mais complexa que o medo, desencadeado por um perigo imediato.

Nada disso significa que um lagostim sinta o mesmo tipo de angústia incontrolável sem relação com perigos reais mencionado por humanos modernos quando falam sobre ansiedade. Isso tem mais a ver com o tipo de prontidão e cautela adaptativos de um atleta antes de uma competição.

Para Bargmann, faz sentido supor que "emoções e comportamentos humanos complexos se fundamentem nas estratégias mais simples inventadas há muito tempo pelo sistema nervoso, as quais são partilhadas por humanos e outros animais".


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