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New York Times

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Smiljan Radic: um arquiteto 'rock star'

Por JANE MARGOLIES

Em junho, uma cápsula transparente de fibra de vidro, colocada sobre enormes rochedos de arenito, apareceu nos Jardins de Kensington, em Londres. A extravagância, que um crítico descreveu como "uma colisão entre um ovo extraterreste e um cemitério neolítico", é obra do arquiteto chileno Smiljan Radic, escolhido pela galeria Serpentine para criar uma estrutura temporária em seu jardim principal, no que se transformou em um ritual anual de verão.

Apesar de ter ganhado projeção internacional com o projeto, Radic, 49, passou a maior parte da carreira em sua terra natal, discretamente construindo uma obra diversificada e intrigante, que reflete seu interesse pela forma, o material e o significado.

Sua Casa para o Poema do Ângulo Reto, evocando os escritos de Le Corbusier, tem cones decepados destacando-se a partir do teto e emoldurando a visão das árvores do entorno. Para um restaurante em Santiago, ele usou rochedos de granito como colunas, sustentando uma laje preta de concreto no teto.

A vinícola VIK está localizada em uma propriedade de 4.400 hectares ao sul de Santiago. O pátio frontal da vinícola é um espelho d'água em declive, com leves ondas, atravessado por passarelas de concreto; grandes pedras estão espalhadas sobre as águas, como se algum gigante estivesse jogando bolinhas de gude. Atrás do pátio, um toldo de tecido curva-se sobre a vinícola. Radic conversou por telefone e e-mail a respeito desse projeto (a entrevista foi editada e resumida).

P. O projeto parece ser tanto de paisagismo como de arquitetura.
R. A paisagem no Chile é muito bonita, então o desafio é sempre não se sobrepor a ela. Fizemos um prédio subterrâneo para economizar energia e manter a temperatura estável para o vinho. Mas também foi para preservar a paisagem. É possível ver as montanhas com neve nos picos através do edifício.

P. Fale sobre o espelho d'água.
R. Tem paredes em ambos os lados, então é como estar em um espaço interno, mas na verdade em um espaço exterior. A água ajuda a manter fria a sala dos barris, que está abaixo. À medida que a água se movimenta, as ondas produzem sons, como uma cachoeira. É uma atmosfera relaxante.

P. O sr. já usou o termo "arquitetura da rocha" para o seu trabalho. Que tipo de interesse o sr. tem pelas rochas?
R. Elas são fortes, e passam uma sensação de primitivo, de tempo, porque estão desgastadas e existem há muito tempo. Dependendo de como são usadas, é possível transferir essa sensação para o novo prédio.

P. O sr. toma vinho?
R. Todo mundo acha que, só porque projetei uma vinícola, entendo muito de vinho, mas na verdade, não. O vinho que eles produzem aqui [na VIK] tem um sabor... como eu posso dizer? Elegante. Eu me sinto bem ao bebê-lo. Não posso dizer nada mais além disso.


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