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New York Times

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Consumidores trocam o bazar pela web

Investidores apostam em clientes on-line na Índia

Por MAX BEARAK

Num primeiro momento, Kunal Bahl e seu amigo do colégio Rohit Bansal tinham ambições modestas para o site de compras on-line que criaram, o Snapdeal.

O varejo on-line ainda era pouco conhecido em 2010, especialmente na Índia, país onde a maioria das pessoas não tem conta bancária, o que dirá cartão de crédito com o qual fazer compras pela internet. Quando um investidor-anjo lhes ofereceu US$ 200 mil (R$ 450 mil), eles aceitaram apenas metade do valor e definiram como meta chegar a apenas cem transações por dia.

Hoje o Snapdeal trabalha com mais de 30 mil comerciantes que cobrem mais de 500 categorias de bens e serviços. "Vendemos um sári a cada 12 segundos", Bahl contou. A ascensão do comércio eletrônico na Índia está chamando a atenção de investidores internacionais.

Este ano o Snapdeal já levantou US$ 233 milhões (R$ 530 mi). Metade desse valor veio da empresa americana eBay.

Pelo menos meia dúzia de outros grandes sites indianos de compras anunciaram grandes negócios de levantamento de recursos nos últimos meses. A Flipkart, maior empresa de comércio eletrônico do país, informou recentemente ter levantado US$ 1 bilhão junto a investidores, incluindo firmas americanas como Tiger Global e Accel Partners.

O aumento nos investimentos reflete a mudança de paisagem na Índia. O acesso à internet cresce rapidamente, principalmente com dispositivos móveis, e hoje os indianos estão deslocando suas atividades diárias para o âmbito online.

Mas as compras on-line ainda representam um mercado pouco explorado. A maioria dos analistas calcula que elas representem menos de 1% do mercado varejista indiano, que movimenta US$ 500 bilhões. De modo geral o país ainda é um reduto do "kirana", ou mercadinho de bairro, e dos vendedores ambulantes que anunciam seus produtos aos gritos enquanto percorrem vielas.

A maioria tende a comprar de comerciantes que conhece pessoalmente, sentindo os grãos de arroz com os dedos e inspecionando as costuras das camisas. Esses hábitos levaram a um abismo de confiança entre varejistas on-line e consumidores.

Enormes empresas varejistas americanas on-line como Amazon e eBay possuem plataformas de mercado na Índia, que, como a Snapdeal e a Flipkart, conectam os comerciantes com consumidores. Mas as normas da Índia impedem que a Amazon e outras empresas estrangeiras vendam diretamente ao consumidor. No momento, o investimento estrangeiro no varejo multimarcas não pode passar de 51%.

Há sinais de que o sistema pode estar mudando. A impressão é que o governo atual respalda os pequenos empresários que temem que a abertura do setor varejista aos gigantes estrangeiros os exclua do mercado. Mas, em sua campanha eleitoral, o novo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, exortou as empresas indianas a aderirem às mudanças. "Não é preciso ter medo dos desafios globais", disse Modi. "Esta é a era do marketing on-line. Aceitem a ciência moderna e façam uso dela."


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