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New York Times

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Lente

Soluções simples criam microempresários

Tempestade Sandy foi mote para divulgar produto

Muitas vezes as soluções mais simples são as melhores para aliviar problemas.

Bolas de futebol, com frequência, são uma dádiva para crianças em países pobres, levando o poder curador da brincadeira para suas vidas. Milhões de bolas já foram doadas para centenas de milhares de crianças em áreas pobres e campos de refugiados. O problema é que, em muitos casos, a diversão só durava um dia: as bolas rasgavam ou se esvaziavam rapidamente quando usadas sobre superfícies irregulares.

As crianças acabavam brincando com sacos plásticos amassados ou uma garrafa, improvisando até alguém chegar com uma bola nova, ou melhor.

"A única coisa que sustenta essas crianças é a brincadeira", disse ao "New York Times" Tim Jahnigen, que ficou com o coração partido quando, em 2006, assistiu a um documentário sobre crianças em Darfur brincando com uma bola feita de lixo e barbante.

Nos três anos seguintes, ele trabalhou para desenvolver uma bola que nunca rasgasse, nunca se esvaziasse e nunca precisasse ser enchida. Jahnigen acabou descobrindo o PopFoam, um tipo de espuma dura.

Com um empréstimo do roqueiro Sting, que conhecia por ter trabalhado com ele como engenheiro de produção, em um ano ele criou um protótipo.

"Quando testamos o primeiro protótipo, ainda grosseiro, em Ruanda, no Haiti e no Iraque, já era infinitamente melhor que uma garrafa ou uma bola feita de lixo", disse Jahnigen.

Agora em sua quinta versão, a bola One World Futbol (nome que ganhou de Sting, devido a uma canção do Police) pode durar 30 anos, diz Jahnigen. Há problemas: ela é difícil de transportar, porque não pode ser esvaziada, e custa muito mais do que uma bola de futebol comum. Mesmo assim, ele espera enviar milhões de bolas a crianças nos próximos anos.

O problema de equipamento é outro para jovens jogadores de beisebol americanos que usam suporte atlético com coquilha (protetor genital) durante as partidas.

Na Califórnia, Laurie Cronenbold, mãe de três garotos, sempre os ouvia reclamando dos suportes atléticos desconfortáveis.

"Começou quando eles tinham seis anos ou talvez até antes", disse ao "New York Times". "Os garotos saíam do campo e reclamavam do incômodo."

Ela passou anos tentando encontrar uma solução. Desmontou dezenas de suportes atléticos para entender porque eles não se adaptavam bem ao corpo e costurou suportes com materiais que encontrou em casa.

Finalmente, ela criou uma coquilha protetora que podia prender-se e desprender-se do suporte atlético. O jogador poderia soltá-la facilmente assim que saísse de campo. Cronenbold batizou sua criação de Cup Check.

"Mães vivem resolvendo problemas", disse ao NYT. "Eu só levei essa solução um pouco mais longe que a maioria."

Quando, há pouco, o furacão Sandy deixou sem luz muitas áreas do nordeste dos Estados Unidos, uma pequena empresa do Brooklyn já tinha uma solução pronta. A BioLite vende por US$ 130 um fogão de acampar que também tem uma fonte de energia para carregar aparelhos eletrônicos.

Para divulgar o produto, a BioLite levou fogões às ruas de Nova York, para preparar bebidas quentes e deixar as pessoas usarem a entrada de USB para carregar seus telefones celulares. A empresa recebeu muita atenção, especialmente da polícia, que a mandou apagar o fogo.


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