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Criadora do Farmville vive à beira do abismo

Para reconquistar o público, empresa investe em celulares

Por DAVID STREITFELD

SAN FRANCISCO - A Zynga atravessa uma péssima fase. Os sucessos são raros, os lucros são inexistentes e funcionários cruciais estão saindo.

A história da empresa que desenvolveu a noção de jogos sociais e convenceu milhões de pessoas a experimentá-los no Facebook mostra como empresas badaladas da internet podem ter seu destino alterado repentinamente.

Há dois anos, quando surgiram as especulações sobre a abertura de capital da companhia, dizia-se que a Zynga valia US$ 20 bilhões.

Quando as ações foram lançadas, há pouco mais de um ano, o valor era de US$ 7 bilhões. Desde então, a Zynga continuou indo ladeira abaixo. No balanço divulgado em 5 de fevereiro -com resultados de um quarto trimestre medíocre, mas ainda melhores do que o esperado-, a companhia valia cerca de US$ 2 bilhões.

Nos próximos meses, a Zynga enfrenta um teste crítico: colocar seus jogos mais famosos da web, começando pelo Farmville, em celulares. "Se eu gostaria que tivéssemos entrado com tudo nos celulares e assumido um maior compromisso com isso antes?", disse Mark Pincus, fundador e executivo-chefe do Zynga. "Sim."

Pincus descreveu 2013 como "um ano de investimento e transição". "Embora estejamos animados com a oportunidade de crescimento a longo prazo nos celulares e com a oportunidade de tornar os jogos ainda mais acessíveis às pessoas em mais partes do seu dia, precisamos construir uma rede convincente ao redor deles."

Isso porque os jogos sociais nos celulares não são necessariamente sociais. "É meio irônico, né?", disse Pincus. "Você está segurando um telefone, que é um dispositivo inerentemente social. Mas a experiência que temos é mais fragmentada."

A dor que acompanha a transição da Zynga para os celulares ficou evidente em seu balanço. O faturamento foi de US$ 311 milhões, igual ao de um ano antes. O número de usuários diários dos jogos caiu 6% em relação ao terceiro trimestre, um claro sinal da redução do interesse. Os usuários mais ocasionais diminuíram também.

A Zynga já alertou que lançará poucos games no primeiro trimestre e que seu faturamento vai cair em relação a 2012.

Recentemente, o projetista-chefe de jogos da Zynga, Brian Reynolds, pediu demissão, dizendo desejar experimentar "mais do que seria apropriado para uma companhia de capital aberto".

Há dois anos, a Zynga tinha apenas 20 pessoas trabalhando em projetos para celulares. Aí o número disparou para as centenas. Nos últimos meses, os membros das equipes se integraram a cada jogo.

A Zynga tem 298 milhões de usuários ativos por mês, dos quais 72 milhões usam celulares para jogos como o Words With Friends e o Zynga Poker.

A questão central, ofuscando até mesmo a transição para os smartphones, é se a Zynga teve sucesso apenas por estar no lugar certo na hora certa. Sua ascensão foi inseparável da do Facebook, que lhe deu tratamento preferencial. Essa era acabou. Em março, o Facebook estará liberado para desenvolver seus próprios jogos.

Há outros perigos para a Zynga. Analistas citam a ascensão dos jogos da King.com, como o Candy Crush, que faz a versão mais recente do Farmville parecer tão complicada quanto a física avançada. "Quem imaginaria que esmagar balas se popularizaria?", disse o analista Brian Blau.

A King.com está se promovendo como uma nova e melhorada Zynga, o que salienta a natureza volátil do negócio. "Esse é um setor movido a sucessos, e a Zynga não conseguiu sustentar seus sucessos", disse Blau. "Os jogadores de games são volúveis."


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