Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Ana Paula Zacarias

Uma oportunidade para Mercosul e Europa

Enquanto a União Europeia negocia com parceiros do mundo todo, parece-nos natural que o mesmo aconteça com o MERCOSUL

No dia 1º de março, as barreiras comerciais entre a União Europeia (UE) e o Peru foram superadas como resultado do acordo comercial com aquele país e a Colômbia. Concluído em 2012, o acordo trará um benefício anual imediato de mais de € 500 milhões para as empresas de ambos os lados, bem como condições mais estáveis para o comércio e o investimento.

Os entraves com a Colômbia serão suspensos ainda neste ano, assim que estiverem concluídos os procedimentos de ratificação.

Esse é apenas mais um passo na estratégia econômica e comercial da UE. A Europa está empenhada na promoção do comércio leal e liberalizado com todos os seus parceiros comerciais. Em tempos de crise econômica, o comércio pode ajudar a impulsionar o crescimento e o emprego e aumentar a competitividade, sem causar pressão nos orçamentos públicos.

Além das negociações multilaterais, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), a UE tem se envolvido numa ampla gama de negociações com países e regiões do mundo inteiro. Já estão em vigor os acordos com o Chile, o México e a Coreia do Sul e em breve se tornarão efetivos os já assinados com Cingapura e com a América Central.

Além disso, a UE tem negociações em curso com praticamente todas as regiões do mundo e com países de todas as dimensões e níveis econômicos: Malásia, Índia, Armênia e os países da África, do Caribe e do Pacífico (ACP), entre outros.

No entanto, a nossa ambição recentemente foi mais longe. Em fevereiro, a UE e os Estados Unidos decidiram negociar uma Parceria Transatlântica sobre Comércio e Investimento, que apoie a criação de empregos, crescimento econômico e competitividade dos dois lados. Calcula-se que o acordo determinaria um aumento do PIB de 0,5% na UE e de 0,4% nos EUA.

Um anúncio similar foi feito em novembro de 2012 com o Japão, para um acordo que poderá levar a um aumento dos fluxos comerciais entre 25% e 28% nas duas direções.

Num contexto como o que acabamos de descrever, não podemos deixar de expressar a nossa esperança de que um acordo ambicioso e abrangente possa ser alcançado entre a UE e o Mercosul. Enquanto a UE negocia com parceiros de todo o mundo, parece-nos natural que o mesmo aconteça entre dois blocos regionais econômica e culturalmente tão próximos.

O Brasil é o principal exportador agrícola para a UE. A UE é o primeiro parceiro comercial do Mercosul e o maior investidor estrangeiro na região, com um volume de investimentos superior à soma total de investimentos da UE na Índia e na China.

Em janeiro deste ano, a última cimeira UE-Brasil, que teve lugar em Brasília, e reuniões UE-Mercosul realizadas à margem da cimeira UE-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) de Santiago do Chile deram um novo impulso às negociações, com o compromisso de trocar as ofertas concretas de abertura de mercado antes do fim do ano.

Essa é uma oportunidade que não se pode perder. Nós, Europa e Mercosul, precisamos seguir em frente juntos como aliados no comércio mundial. Devemos resolver os problemas de acesso ao mercado que ainda marcam as nossas relações bilaterais e que têm impacto significativo sobre as trocas comerciais.

É também uma oportunidade única para o Mercosul e para o Brasil fazerem parte do processo de integração econômica que está acontecendo no mundo. Se isso acontecer, as empresas brasileiras e do Mercosul poderão se beneficiar dos tratamentos preferenciais concedidos aos seus competidores.

Por isso, convidamos todas as partes envolvidas nas negociações a manter o compromisso acertado em Santiago em janeiro passado. Estamos certos de que a conclusão do acordo de associação UE-Mercosul trará importantes benefícios para as economias, as empresas e os consumidores em ambos os lados do Atlântico.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página