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Paula Cesarino Costa

Lixo ordinário

RIO DE JANEIRO - Já faz tempo que o prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB) olha para a sujeira do Rio e se incomoda com o comportamento de quem anda pela cidade. Em 2009, ao falar sobre a sujeira nas praias, afirmou: "O povo precisa ter mais educação, higiene, respeito com o espaço público". Mais tarde, em entrevista ao "Globo" disse: "As pessoas têm que ser menos porcas".

Anteontem anunciou que, a partir de julho, a prefeitura vai multar quem jogar lixo nas ruas -os valores vão variar de R$ 157 a R$ 3.000, dependendo do volume de lixo.

Incluída em nono lugar num ranking com 40 destinos turísticos mais sujos do mundo, a cidade cartão-postal do Brasil, que vai receber milhões de católicos em julho, abrigar a final da Copa de 2014 e sediar a Olimpíada de 2016, quer melhorar sua imagem e sua realidade.

Basta andar pelo centro ou passar pela orla num final da tarde. Por que tantas garrafas e canudos são deixados nas areias? Por que tanto lixo espalhado pelas ruas e calçadas? É fácil colocar a culpa na população. Numa cidade realmente limpa, as pessoas se constrangeriam em sujar as ruas. A prefeitura diz que o lixo é recolhido quatro vezes por dia no centro. Mas as lixeiras são pequenas e invariavelmente estão cheias até a boca. Difícil acreditar que sejam esvaziadas mais de uma vez ao dia.

Em trios, 500 profissionais tentarão limpar a cidade e "educar", com uma máquina na qual basta inserir o CPF do infrator para emitir a cobrança. Se não pagar, ficará com o nome sujo. Antes de multar, a prefeitura precisa fazer a sua parte. A coleta de lixo é falha no subúrbio e inexiste em parte das favelas. A taxa de reciclagem é ridícula. O investimento em tecnologia está distante.

A população poderia responder à frase do prefeito: "O governo tem que dar exemplo e ser mais eficiente".

A realidade é que o país tem recorrido muito à educação pela multa.


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