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Opinião

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A ameaça do terror

Apesar das dúvidas quanto à autoria, ainda nebulosa, atentado na maratona de Boston lança alerta para Copa e Olimpíada no Brasil

O atentado que matou três pessoas e deixou mais de 170 feridos em Boston reaviva nos países ocidentais os temores com ações hediondas de terrorismo. Mesmo sem saber quem tenha sido o autor das explosões, tais atos atingem pessoas de maneira aleatória e covarde, espalhando medo e insegurança.

Na ausência de indícios mais claros ou de alguma organização que tenha reivindicado o ataque, as autoridades dos EUA, a começar pelo presidente Barack Obama, têm sido cautelosas em seus primeiros pronunciamentos. Será preciso aguardar as investigações para determinar se o ataque foi urdido por organizações estrangeiras ou domésticas --ou por um indivíduo isolado, como, aliás, já ocorreu.

Trata-se, não obstante, do mais grave atentado em solo norte-americano desde o 11 de Setembro. Naquele dia de 2001, extremistas muçulmanos ligados à Al Qaeda destruíram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e levaram o então presidente George W. Bush a declarar guerra ao terror.

A partir daquele momento, as ações norte-americanas, embora justificáveis em muitos aspectos, revelaram-se desastrosas em outros, como na invasão do Iraque, sob a alegação de que o ditador Saddam Hussein armazenava artefatos de destruição em massa. "Pacificado", aquele país convive hoje com ataques terroristas em série.

Saddam foi julgado e enforcado em 2006. Em maio de 2011, Obama anunciou a morte de Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, o que suscitou promessas de vingança. Não há nenhum indício, porém, de que o ato em Boston tenha partido de célula internacional de terrorismo.

A escolha da maratona para palco de um atentado reativa a memória de outras ocasiões em que disputas esportivas foram manchadas pela violência.

Em 1972, na Olimpíada de Munique, a delegação de Israel foi alvo de um sangrento ataque da organização terrorista palestina Setembro Negro. Em 1996, nos Jogos de Atlanta, foi a vez de um fanático norte-americano detonar o artefato que matou uma pessoa e feriu outras 111.

Para o Brasil, independentemente das especulações acerca da autoria do ataque, o alerta está lançado. Sede da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, o país precisa redobrar esforços para garantir que essas duas competições transcorram em ambiente seguro.

Natural que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, se apresse em declarar que o governo toma as providências necessárias. Por mais que o país não seja alvo preferencial de atentados, são eventos que obtêm grande atenção midiática --um dos requisitos para atrair a sordidez do terror.


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