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Opinião

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Caçada nos EUA

Uma das mais ricas cidades dos Estados Unidos parou com a caçada a um dos suspeitos de cometer o atentado de Boston, imigrantes islâmicos de origem tchetchena.

A maioria dos 4,6 milhões de moradores da metrópole aceitou algo entre uma ordem e um pedido do governador do Estado de Massachusetts. Na TV, Deval Patrick disse aos cidadãos que se trancassem em casa, abrindo portas apenas para policiais fardados. Predominava o medo, em muitos casos pânico, de um homem-bomba solto pela cidade.

Os americanos atribuíram a colaboração impressionante a sua disciplina, a seu espírito comunitário e a uma tentativa de contribuir para uma campanha contra a violência e o terrorismo.

Durante toda a semana passada, diariamente, os americanos de Boston e cidades vizinhas realizaram várias cerimônias oficiais e privadas para repudiar os atentados e relembrar os mortos. A violência do terrorismo tornou-se um trauma nacional, assim como as chacinas perpetradas por gente armada de fuzis adquiridos no comércio.

Por uma coincidência lúgubre, na semana passada o trauma do terrorismo como que abafou a derrota de uma proposta modesta de evitar esses outros massacres, o terror doméstico das chacinas.

Na quarta-feira, minoria composta de 41 senadores republicanos e três democratas impediu que fosse adiante a apreciação de uma lei que aperfeiçoaria a investigação dos antecedentes dos consumidores de armas e proibiria a venda de armas de guerra no varejo.

No dia da caçada humana em Boston, políticos conservadores se aproveitavam da comoção para fazer campanha contra projetos de leis supostamente "esquerdistas" de Obama: legalizar imigrantes abre brechas para terroristas; armas permitem que cidadãos se defendam também de atentados.

Ao lado de parentes das 20 crianças e seis adultos chacinados em dezembro na escola de Sandy Hook, o presidente Barack Obama reagiu à decisão da minoria parlamentar contra regulamentar o comércio de armas: "Foi um dia bem vergonhoso em Washington".

Foi uma semana peculiar nos EUA, sombria pelas mortes, impressionante pela reação maciça ao morticínio do terror e perturbadora pela tolerância da democracia mais tradicional do mundo diante das chacinas domésticas.


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