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Cristina Grillo

Câmera, para que te quero?

RIO DE JANEIRO - Imagens feitas a partir de helicópteros da Polícia Civil, exibidas nos noticiários dos últimos dias, mostram flagrantes de indiscutíveis abusos e excessos do poder policial.

Uma das operações mais parece um videogame, daqueles bem violentos, com um "jogador" que não passaria da primeira fase da partida: atira freneticamente para todos os lados, pondo em risco todos e atingindo tudo, menos seu alvo, um traficante em fuga pelas ruas de um bairro densamente povoado.

Na outra ação, as imagens são ainda mais dramáticas: policiais arrastam corpos de dois suspeitos, numa tentativa que parece óbvia de desfazer a cena da morte e transformá-la no chamado "auto de resistência" --termo usado quando um suspeito reage de forma violenta a uma ação de forças de segurança.

Infelizmente, excessos policiais como os descritos acima não são novidade na cidade.

Mas como a polícia do Rio não cansa de nos surpreender, dessa vez somos informados que, apesar de os helicópteros policiais estarem equipados com câmeras desde 2010, as imagens que produziram jamais foram analisadas.

Como disse a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, não havia um "protocolo" para isso.

Agora, diz a delegada, haverá o tal protocolo. Além disso, foi criada uma comissão para que os casos sejam investigados.

Faltou dizer qual o motivo de há três anos ter sido tomada a decisão de colocar câmeras em helicópteros, mas não a de olhar o que seria filmado.

Também não se esclareceu até agora se as imagens aéreas de operações policiais feitas nos últimos três anos foram armazenadas e se serão examinadas.

Em resumo: alguém pode explicar para que servem as câmeras nos helicópteros da polícia?


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