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Opinião

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Melhoras marginais

A decisão da Prefeitura de São Paulo de criar faixas exclusivas de ônibus em trechos das marginais reitera uma ideia que, embora sensata, ainda enfrenta resistências na maior cidade do país: privilegiar o transporte coletivo em detrimento do individual.

A ampliação da malha viária, mesmo que necessária em muitos casos, desafoga o trânsito de automóveis apenas por um período e logo perde eficácia. Exemplo recente disso foi o aumento do número de faixas na marginal do Tietê.

Após a inauguração em 2010, segundo a prefeitura, a obra melhorou em 21% a fluidez do trânsito. Hoje, dados da Companhia de Engenharia de Tráfego mostram que tais ganhos já se esvaíram. A piora ocorreu mesmo após a medida suplementar de restringir veículos pesados na via.

O principal vilão é o contínuo aumento da frota. Para combatê-lo, o melhor a fazer é investir em meios coletivos. Levar mais fluidez e qualidade ao transporte público é a maneira adequada de desincentivar o uso do automóvel.

Embora se trate de experiência restrita e localizada, as faixas exclusivas nas marginais vão nesse sentido. Pelo menos 30 linhas de ônibus, que transportam cerca de 211 mil passageiros por dia, irão se beneficiar com a iniciativa, que poderá se estender a outros trechos.

Antes que isso ocorra, será preciso aferir os resultados. O fato de a faixa ocupar o lado direito das marginais é um problema: como o acesso aos bairros se faz por esse lado da pista, carros e outros veículos terão de interceptar o fluxo dos ônibus para fazer a conversão.

Não se descarta que a interferência no caminho de coletivos venha a causar acidentes e prejudicar a fluidez. Por outro lado, o uso da parte esquerda da via seria mais custoso, pois exigiria a construção de plataformas e passarelas.

São Paulo tem feito progressos no sistema de transportes, porém insuficientes. O prefeito Fernando Haddad elegeu-se com promessas de mudar esse quadro. Seu plano de metas prevê 150 quilômetros de corredores de ônibus. Que as faixas exclusivas nas marginais sejam a arrancada de uma política mais ampla e eficaz para o setor.


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