Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Longa batalha europeia

A atuação firme do Banco Central Europeu (BCE) no sentido de preservar o euro se mostrou eficaz para dissipar receios de ruptura da moeda única.

Ainda que de forma tímida, o mercado voltou a apostar na recuperação da região. Investidores aos poucos retornam à economia europeia e já cobram menos para financiar a dívida dos países mais afetados pela crise.

O BCE, no entanto, não consegue, por si só, restaurar o crescimento na zona do euro. O continente permanece preso à recessão --pelas projeções do FMI, o PIB deste ano terá queda de 0,6%.

Portugal e Grécia, que passam por penosos programas de reformas estruturais, sofrem com a depressão econômica.

No caso português, o descontentamento com a dureza do ajuste provocou solavancos políticos que ameaçam desmontar a coalizão do atual governo. A população parece exaurida após dois anos de forte contenção de despesas, redução de salários e demissão de funcionários públicos.

Quanto à Grécia, o cenário é ainda mais incerto, a despeito de indícios tênues de melhora em relação ao caos dos últimos anos. A recessão dá sinais de que será menos intensa, o FMI considera realista esperar algum crescimento em 2014, os juros gregos estão próximos de 10% (um terço do nível do ano passado) e mantém-se a projeção de que o país atingirá neste ano o almejado equilíbrio fiscal (antes das despesas de juros).

Permanece, contudo, o colossal custo social do ajuste --a taxa de desemprego mais que dobrou na Grécia, passando de 12,6% em 2010 para 26,9% neste ano.

Ademais, o país provavelmente precisará de mais ajuda externa --além dos 172 bilhões de euros já acordados-- para alcançar o objetivo de reduzir a dívida para 110% do PIB em 2022 (estima-se que o endividamento chegue a 176% do PIB ao fim de 2013).

Os credores (Comissão Europeia, BCE e FMI), neste momento, resolveram liberar a parcela já contratada de 4,8 bilhões de euros e deixar para depois resoluções sobre a liberação de mais recursos.

Parecem querer evitar controvérsias num momento delicado --haverá eleições na Alemanha em setembro, e novos empréstimos para a Grécia poderiam trazer custos políticos para Angela Merkel.

A discussão pode ser adiada mas não ignorada. Passado o período eleitoral, a Alemanha precisará enfrentar decisões difíceis no longo caminho para superar a crise.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página