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Carlos Heitor Cony

Pelas barbas da história

RIO DE JANEIRO - Para complicar ainda mais o cenário nacional, a CUT e a nave-mãe que é o PT decidiram aproveitar a onda de protestos que nasceu meio misteriosamente, mas desvinculada de qualquer caráter partidário, apresentando suas reivindicações de forma inédita no país. As ruas reclamaram, principalmente contra a corrupção instalada na máquina do poder. E melhorias nos serviços essenciais do Estado: saúde, educação, segurança etc.

Entre os milhares de cartazes que desfilaram, não havia um só pedindo aumento de salários e melhores condições trabalhistas. Pela primeira vez, acredito, o povo invadiu as ruas exigindo um país melhor, mais justo e, sobretudo, sem corrupção.

A entrada da Central Única dos Trabalhadores nas atuais manifestações populares tem, evidentemente, razões até históricas para reclamar e promover passeatas, comícios e até greves. Só que, desta vez, o furo foi mais em cima. É a sociedade como um todo, com todas as suas classes e problemas, que decidiu cobrar do Estado os direitos que sucessivos governos esnobaram de uma forma quase cínica.

PT e CUT querem pegar uma casquinha num movimento, talvez o maior que o país já teve, puxando a sardinha para o saco de seus méritos. O diferencial do movimento classificado como Passe Livre (o nome não exprime o significado das passeatas) foi justamente o fato de que nasceu espontaneamente, com a juventude, as redes sociais e a internet criando e alimentando os protestos.

Até mesmo a mídia, que, de uma forma ou de outra, alimentava ou apoiava movimentos populares, desta vez ficou a reboque, limitando-se ao óbvio: publicando o que todos víamos nas ruas. Admito que há um mistério até agora não detectado pelos entendidos. Levará algum tempo até que cheguemos a compreender a história que está sendo feita sob nossas barbas.


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