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Ruy Castro

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RIO DE JANEIRO - As cenas de protesto no Leblon na noite de quarta-feira foram bem registradas pela mídia. Nelas podia-se ver a bravura de seus protagonistas entrando em desforço físico com orelhões, justiçando postes com nomes de ruas, imobilizando lixeiras e incendiando-as nos cruzamentos, e chutando corajosamente vitrines de butiques e bancos. Outros ficaram mais a distância, atirando pedras, rojões e coquetéis molotov. Cada qual fez o papel a que foi convocado pelas redes "sociais".

Empolgados, alguns se distraíram e foram detidos pela polícia no ato de incendiar, depredar ou saquear. Mas foram liberados em seguida, porque por falta de provas a lei não permite que continuem presos. Pelas imagens gravadas, talvez se possa estabelecer que um ou outro participou da depredação de patrimônio público ou particular, mas não é certo que isso caracterize prova. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Anistia Internacional, que acompanham as manifestações para fiscalizar os excessos da polícia, talvez possam contribuir para essa identificação.

Um indício para o reconhecimento de possíveis implicados seriam as roupas e as peças de lingerie saqueadas de lojas finas do Leblon, como a Toulon, a Cantão e a Loungerie. Como não se observam mulheres participando dos atos mais violentos dos protestos, qualquer homem mascarado que seja visto pelas ruas do Rio usando certos artigos femininos será um óbvio suspeito.

A composição social desses grupos radicais também é um mistério. Fala-se nos "Black Blocs", mais notáveis pelos capuzes, máscaras e roupas pretas e armamento pesado. Mas há também anarquistas, representantes do tráfico desarticulado pelas UPPs, ex-trocadores de vans tiradas das ruas, vadios avulsos e talvez adeptos de um ou outro político.

Não é o tipo de gente com quem os meninos das manifestações deveriam socializar.


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