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Igual sardinha

Não chega a constituir surpresa, mas nem por isso deveria ser menos embaraçoso para a Prefeitura de São Paulo que um usuário de transporte público prefira acordar meia hora mais cedo e fazer um itinerário mais longo a pegar ônibus de uma linha superlotada.

Como nem todos têm alternativa à disposição, não são poucos os que terminam se apertando como sardinhas em lata, para repetir expressão comum entre os passageiros de ônibus de São Paulo.

Tanto pior, à superlotação dos veículos somam-se outras agruras, como acidentes, atrasos, falhas de conservação e mau comportamento dos motoristas.

Longe de serem isoladas, as críticas parecem representar a realidade do sistema de ônibus da capital. Conforme reportagem desta Folha, índice da própria SPTrans (empresa municipal do setor) mostra que são precários os serviços prestados pela maior parte das viações em São Paulo.

Segundo dados obtidos com base na Lei de Acesso à Informação, das 19 empresas que atuam nas ruas paulistanas, no primeiro semestre deste ano, apenas uma foi avaliada como ótima e cinco como boas; nove foram consideradas regulares e quatro, ruins.

Ainda mais grave é a constatação de que o serviço, em vez de melhorar, está piorando. Nada menos que 13 viações tiveram, de janeiro a junho de 2013, desempenho inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Juntas, essas concessionárias de ônibus transportam 57% dos passageiros.

A comparação é feita a partir do Índice de Qualidade do Transporte, composto por dez indicadores e utilizado pela SPTrans para avaliar o serviço e cobrar melhorias das empresas com as piores notas.

Se as concessionárias têm responsabilidade direta por vários desses indicadores --emissão de poluentes, manutenção, limpeza, conduta de motoristas--, outros dependem, ao menos em parte, do trânsito caótico da cidade. Atrasos, por exemplo, geram reclamações, mas podem ocorrer mesmo que a empresa coloque nas ruas um número adequado de veículos.

Melhorar a qualidade do sistema de ônibus passa pela implantação de faixas e corredores exclusivos e pela reorganização das linhas de acordo com a demanda.

Pressionado pelas manifestações de junho, o prefeito Fernando Haddad (PT) introduziu, antes do que se previa, faixas de ônibus à direita de avenidas importantes, como Paulista e 23 de Maio. A população, contudo, ainda espera os corredores à esquerda --mais caros, mas mais eficientes.


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