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Opinião

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Kenneth Maxwell

Os Brics e os "brickbats"

A palavra "brickbat" foi usada pela primeira vez na Inglaterra no século 16. Referia-se a um pedaço de tijolo quebrado jogado contra alguém na esperança de feri-lo. Também queria dizer crítica contundente. Já o termo Brics tem origem recente. Refere-se a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países em desenvolvimento para os quais foi cunhado inicialmente como termo de aprovação. Mas isso mudou.

A China acaba de assistir ao julgamento encenado de Bo Xilai, antigo secretário do Partido Comunista em Chongqing. O caso começou pelo envenenamento com cianeto do empresário britânico Neil Heywood por Gu Kailai, mulher de Bo. A subsequente fuga de Wang Lijun, antigo comandante da polícia de Chongqing, para um consulado dos EUA, em fevereiro de 2012, tornou difícil encobrir o escândalo.

O julgamento revelou muito sobre Bo Guagua, filho de Bo Xilai e Gu Kailai, e conhecido por seus gastos perdulários enquanto estudava na Inglaterra e nos EUA. Heywood estava envolvido com a família Bo por meio de diversas companhias offshore. Xu Ming, um bilionário magnata dos plásticos, também cobriu as despesas de viagem e hospedagem na China para 40 colegas de universidade de Bo Guagua.

Na Rússia, a banda Pussy Riot lançou uma nova canção com vídeo na Internet perguntando o que acontece com a riqueza petroleira do país, calculada em US$ 215 bilhões. A Rússia ocupa o 133º posto entre os 176 países classificados no ranking de percepção de corrupção. Alega-se que a corrupção custa US$ 240 bilhões por ano ao país. O presidente Putin e o Legislativo russo, enquanto isso, se ocupam de criminalizar a homossexualidade.

A Índia tem o pior deficit em conta corrente entre os países emergentes. Sua dívida externa de curto prazo subiu a US$ 170 bilhões. O primeiro-ministro Manmohan Singh enfrentará uma eleição geral no ano que vem, mas não fez nada para enfrentar o capitalismo de compadres, endêmico nos grandes partidos políticos. O partido Aam Aadmi ("do homem comum") combate a corrupção e adotou uma vassoura como símbolo eleitoral. Mas não foi em homenagem à vassoura evocada por Jânio Quadros.

Índia e Brasil empregam bilhões de dólares em operações de apoio às suas moedas. A África do Sul não tem recursos para fazer o mesmo. O presidente Jacob Zuma já enfrentou acusações de corrupção, no passado. De acordo com a Transparência Internacional, 83% do povo considera a polícia sul-africana corrupta.

E o Brasil? Pelo menos a corrupção aqui é bipartidária. Em Brasília, o caso do mensalão continua, no STF. Em São Paulo, o escândalo do cartel do Metrô atraiu atenção pública --em larga medida, claro, por suas ramificações estrangeiras.


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