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Opinião

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Carlos Heitor Cony

Sempre foi assim

RIO DE JANEIRO - Dona Dilma sentou-se ao lado de Barack Obama numa dessas reuniões no exterior. Segundo a mídia, ela teria reclamado da espionagem da qual tem sido vítima por parte do governo dos Estados Unidos. Não sabemos o que Obama respondeu, mas não é difícil adivinhar. Praticamente desde que o mundo é mundo, os governantes de um país espionam os governantes de outro país, usando os recursos tecnológicos disponíveis.

Temos o caso Dreyfus, durante a guerra entre a França e a Alemanha. Um oficial francês, de origem judia, foi desterrado por que passara informações ao estado-maior inimigo. O culpado era outro oficial, mas o caso ficou na história universal, o "affaire Dreyfus", que deu glória a Émile Zola.

Em 1964, tão logo o presidente do Congresso, Moura Andrade, declarou vaga a Presidência da República (Jango ainda estava no Brasil), uma comissão formada por pessoas do próprio Congresso foi ao Palácio do Planalto abandonado para dar posse a Ranieri Mazzilli.

Eu seu livro "O Governo Castelo Branco" (José Olympio, 1975), Luís Viana Filho, que viria a ser o chefe da Casa Civil do primeiro presidente daquele regime militar, conta que a turma entrou no Planalto às escuras, haviam desligado o registro geral do palácio. Um isqueiro foi aceso e seu dono sabia onde era o registro. Luís Viana Filho diz em seu livro: "Era o jovem secretário da embaixada americana, Robert Bentley" (pág. 46).

Como e por que um funcionário de embaixada estrangeira estava na comissão que daria posse ao novo presidente da República? Como e por que o diplomata americano sabia onde era o registro geral de luz do palácio, que havia sido desligado por Darcy Ribeiro, último ato que praticou como chefe da Casa Civil do governo deposto?


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