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Opinião

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Tempo perdido

Vêm da política os melhores exemplos acerca da distância que separa as promessas da realidade.

Tornar 850 mil m² de passeios públicos acessíveis a todos --inclusive àqueles com deficiência e mobilidade reduzida-- é compromisso que consta do programa de metas da Prefeitura de São Paulo relativo ao período de 2013 a 2016.

Já ficara ausente desse documento o projeto "Calçada Ecológica", que integrava o programa de governo do então candidato Fernando Haddad (PT) e previa também a arborização das calçadas.

Agora, com Haddad prefeito, obras para a instalação de novos relógios de rua na cidade desvirtuam promessas de sua gestão e os desejos dos habitantes.

Não é de somenos o estado de conservação de ruas e calçadas. Trata-se, na verdade, do problema mais citado pelos moradores de São Paulo na pesquisa DNA Paulistano, conduzida no ano passado pelo Datafolha. Aparece, portanto, à frente de temas como segurança, trânsito e saúde.

Às corriqueiras irregularidades nos 30 mil km de calçadas de São Paulo somam-se agora, em decorrência da implantação dos novos relógios, buracos não sinalizados e remendos fora dos padrões originais das vias --o que já provocou acidentes envolvendo pessoas com restrições de mobilidade.

Vias movimentadas, como a Radial Leste, a rua da Consolação e as avenidas Nove de Julho e Rebouças, foram prejudicadas.

Os problemas dessa concessão pública não se restringem à sua implementação desordeira. É também discutível o grau de utilidade do novo mobiliário urbano.

Serão informados aos paulistanos horário, temperatura e qualidade do ar. Em troca, o consórcio que instala os mil equipamentos fica autorizado a explorar publicidade nos painéis --um arranjo recorrente em grandes metrópoles.

Sendo tantos os relógios e celulares à disposição nos pulsos e bolsos de quem percorre a cidade, é de perguntar por que a prefeitura priorizou esse serviço.

Melhor faria se, sem acrescentar transtornos injustificáveis para o paulistano, o prefeito Fernando Haddad investisse em itens de fato relevantes.

A cidade de São Paulo poderia se beneficiar, por exemplo, de um sistema de paradas que informasse, em tempo real, quando chegará o próximo ônibus.


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