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Painel do Leitor
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Mensalão
Lamento pelos articulistas que usaram e abusaram da retórica catastrofista na "análise" do momento pelo qual passa o STF no julgamento do chamado "mensalão". Supondo que o STF decida pela admissão dos embargos, as consequências, além de serem pequenas em relação às condenações já apenadas, serão objeto de voto técnico e consciente dos ministros.
A demora em julgar, sim, foi lamentável. Mas desde que se iniciou o julgamento, apesar da complexidade e da enorme carga de leituras processuais, o tempo contou-se em alguns meses. O problema não parece ser esse e, sim, a partidarização, doença crônica que infecta sobretudo os meios de comunicação.
LUIZ PAULO SANTANA (Belo Horizonte, MG)
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O leitor Murilo Reis (Painel do Leitor, ontem) diz ficar estarrecido com o fato de brasileiros que possuem direito a voto defenderem o direito de defesa dos julgados e condenados pelo STF. Eu também fico estarrecido, mas é com brasileiros que ainda pensam estar na ditadura militar.
Como bem destacou o ministro Barroso, queria ver quantos brasileiros, se tivessem um pai ou irmão numa situação em que a lei permitisse um recurso que os beneficiasse, seriam contrários à sua aplicação.
HERMÓGENES SAVIANI FILHO (Porto Alegre, RS)
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Ao final da tarde desta quarta-feira, se prevalecerem os sinais liberados pelo ministro Celso de Mello, duas classes vão soltar foguetes: os puristas do tecnicismo processual e os corruptos.
JOSÉ DALAI ROCHA (Belo Horizonte, MG)
Dilma e Obama
Foi corretíssima a atitude da presidente Dilma Rousseff de cancelar a viagem aos Estados Unidos no próximo mês, numa forma de represália à invasão da privacidade do nosso país. E, da forma como a espionagem norte-americana anda intensa, provavelmente o presidente Barack Obama já estivesse ciente da decisão antes mesmo de a presidente Dilma divulgar o cancelamento da viagem.
HABIB SAGUIAH NETO (Marataízes, ES)
Feliciano
Já escrevi à Folha dizendo que, como evangélica, Feliciano não me representava. Mas tenho que me posicionar a favor dele neste momento ("Beijo em culto de Feliciano leva mulheres à delegacia", "Poder", ontem). Protestos são legítimos, mas desrespeitar uma reunião religiosa é ir muito longe.
Se querem atacá-lo por estar na política, então protestem lá na Câmara. O beijo das duas moças durante o culto foi um escárnio. Que tal todos nós convivermos em paz?
DANIELA GATTERMAIER AZEVEDO (Guarulhos, SP)
Pondé
Causou-me espanto o artigo "A ética das baratas" ("Ilustrada", 16/9). A carne faz parte da minha alimentação diária, uso sapatos de couro e discordo de várias posições do filósofo Peter Singer. Contudo quem leu seus livros mais conhecidos deve admitir que os seus argumentos são muito sólidos. Ao contrário, os do artigo de Luiz Felipe Pondé são preconceituosos, debochados e pífios. O colunista, como formador de opinião, deveria estudar mais os assuntos abordados, buscando colocar sua opinião com maior profundidade e menos preconceito.
CESAR VALEIXO (Curitiba, PR)
Sabiá-laranjeira
Achei muito bacana a reportagem sobre o sabiá-laranjeira ("Durma com um barulho desse", "Cotidiano", 16/9) e pude entender o porquê de seu canto na madrugada. Eu perguntava a mim mesma a razão desse canto tão cedo. Agora sei e vou respeitar muito mais esse pássaro, pois onde moro há árvores e muitos ninhos de sabiá nelas. A mãe natureza é sábia.
CÉLIA REGINA FREITAS (São Paulo, SP)
Mais Médicos
Em relação à reportagem "Universidade federal se nega a ajudar programa de Dilma" ("Cotidiano", 14/9), o MEC (Ministério da Educação) esclarece que todos os Estados brasileiros já têm tutoria definida para o programa Mais Médicos. A tutoria será oferecida por instituições públicas federais, estaduais ou municipais, por escolas e programas de residência médica e por secretarias estaduais e municipais de saúde.
Até agora, 28 universidades federais participam do Mais Médicos, em 24 Estados brasileiros. Não é permitida a participação de instituições privadas. O MEC esclarece ainda que não foi procurado pela reportagem.
RODRIGO DINDO, assessor de comunicação social do MEC (Brasília, DF)
RESPOSTA DO JORNALISTA LUCAS REIS - Segundo a medida provisória que criou o Mais Médicos, os ministérios da Saúde e da Educação poderão firmar acordos com "entidades privadas, inclusive com transferência de recursos". Portaria interministerial também prevê a execução do programa em cooperação com entidades privadas. A Folha procurou a assessoria da pasta ao longo de toda a semana passada, informou o teor da reportagem e recebeu a seguinte resposta: o "ministério não está falando" sobre isso.
Transportes
Muito boa a coluna "Melhorar o trânsito sem fazer obras" ("Cotidiano", 16/9), de Leão Serva. Nesse mesmo tema, faço uma sugestão: que tal reavaliar o há muito obsoleto sistema de circulação baseado em ruas de mão única da cidade? São Paulo deve ser a metrópole com o maior número de ruas de mão única do planeta.
FERNANDO CAVALCANTI (São Paulo, SP)
