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Carlos Heitor Cony

Espionagem na paz e na guerra

RIO DE JANEIRO - Embora com atraso, darei meu inútil palpite a respeito do discurso de dona Dilma na ONU, quando protestou, com a violência possível, contra a espionagem dos EUA sobre a nossa privacidade de Estado e nação.

Tudo bem, foi bonito, altaneiro, quase viril --afinal, tratava-se de uma presidente, e não de um presidente. Mas foi também inútil. Na esperada resposta de Obama, os problemas da Síria foram mais importantes e, sobretudo, mais atuais. Não chegou a esnobar a fala da presidente do Brasil, mas não a considerou digna de suas preocupações.

Não se sabe se, em particular, prometeu alguma reparação ou solidariedade, pois também ele é espionado 30 horas por dia, não apenas pelos serviços de inteligência de seu próprio país, mas de quase todo o mundo, até mesmo pelo Vaticano e pelas ilhas Papuas. É o homem mais espionado do mundo.

O Salão Oval da Casa Branca é o maior estúdio fonográfico da Terra. Um espirro presidencial é gravado, ouvido e interpretado até na Patagônia. Já citei diversas arapongagens da CIA e do FBI em vários episódios de nossa política interna.

Em tempos de tecnologia artesanal, o segredo mais bem guardado durante a Segunda Guerra Mundial foi sobre o local do desembarque dos Aliados na costa francesa.

O Estado-Maior alemão, seguindo a intuição de Hitler, preparou-se para a invasão em Calais --ponto mais próximo da Inglaterra. O general Rommel tinha espiões no quartel de Eisenhower, preparou a Muralha do Atlântico na Normandia, promoveu um banho de sangue naquelas praias.

Desobedeceu a seu chefe e perdeu a confiança que nele tinha. Pouco mais tarde, participou do atentado cujo objetivo seria o de matar Hitler, na Operação Valquíria. Não recebeu informações, mas uma cápsula de cianureto, com a qual se suicidou.


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