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Opinião

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Acelino Popó Freitas

O MMA deve ser regulamentado como esporte?

Contra a marginalização

SIM

O MMA é o esporte que mais cresce no mundo e, no Brasil, não poderia ser diferente. Somos um celeiro de grandes lutadores das artes marciais mistas. Uma modalidade que já atinge níveis, números e repercussão semelhantes aos do futebol necessita de regulamentação para preservar tanto os praticantes, quanto os admiradores.

Propus, em 2011, o projeto de lei nº 2.051 à Câmara dos Deputados com o intuito de reconhecer o MMA como prática esportiva no país. O objetivo é criar critérios para as organizações dos eventos da modalidade, adequando-os às normas rígidas internacionais e, caso necessário, estabelecendo regras especiais para o Brasil.

Toda semana são realizados eventos de artes marciais mistas, de pequeno e médio porte no Brasil. As pessoas enxergam nesse esporte oportunidades de negócios. Mas poucos dos que se aventuram na produção dos eventos têm a capacidade técnica ou até mesmo lastro financeiro e apoios suficientes para garantir uma realização com total segurança e profissionalismo.

O nosso desafio é reduzir a organização de eventos clandestinos e gerar implicações das mais diversas aos que não se adequarem aos ditames que serão estabelecidos.

Em 17 de setembro, conquistamos um grande avanço, quando a Comissão de Estudos Jurídico Desportivos do Ministério do Esporte, após longo debate --que contou com intervenções de Rafael Favetti, da Comissão Atlética Brasileira de MMA --chancelou a modalidade como esporte no Brasil. Aprovado o parecer, restou entendido que todas as competições no país terão que seguir as normas definidas pela Immaf (International Mixed Martial Arts Federation), a federação internacional de MMA, que prezam pela segurança dos atletas.

Em meio a todo esse trabalho sério e comprometido, está acirrada a discussão no Congresso Nacional do projeto de lei nº 5.534/2009, de autoria do deputado José Mentor (PT-SP), que pretende vetar a transmissão de lutas marciais pelas emissoras de televisão, o que diretamente pode marginalizar o MMA.

Oponho-me a esse projeto é porque, ao proibir a transmissão, em canal aberto ou fechado, ele também inviabiliza patrocínios das empresas e recursos de publicidade.

Ele "acabaria" com o esporte que vem mudando a vida de inúmeros brasileiros, criando ídolos e referências de vida e de superação para a nossa juventude, que hoje só se espelha no mundo do crime.

Tive há pouco um encontro em Brasília com Bertrand Amoussou, presidente da Immaf, que atua na organização do UFC no mundo e chancela a Comissão Atlética Brasileira de MMA para esse serviço. A comissão é reconhecida como uma instituição séria e de grande responsabilidade neste momento ímpar que vive o mundo das lutas no país.

O discurso do deputado José Mentor destaca a violência do esporte, inapropriada para exibição em TV. Vale a pena destacar inúmeros programas e filmes violentos que têm espaço garantido na grade das emissoras. Sem contar novelas e seriados que geram mais transtornos, especialmente na instituição familiar.

Censurar não resolve. O problema da violência não terá solução com restrições midiáticas. Já está claro que instituições sérias estão mobilizadas para garantir a segurança dos fãs e do atletas da modalidade, preparados para a missão.

O esporte muda a vida das pessoas. Eu dormi no chão até os 23 anos, passei fome, dificuldades e encontrei no boxe a saída para dignificar a minha vida e de minha família. Conquistei quatro títulos mundiais e o reconhecimento de uma nação. Agora, luto para que as oportunidades como as que tive sejam criadas para mais brasileiros.


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