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João Carlos Martins

TENDÊNCIAS/DEBATES

Orgulho de ser Lusa

É inconcebível que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva e a CBF não divulguem eletronicamente suas decisões após as sessões e reuniões

A grande dúvida que ficou nesse imbróglio que envolveu a Portuguesa, o Fluminense, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) se resume a uma única palavra: comunicação.

O rebaixamento da Lusa no Campeonato Brasileiro por ter colocado em campo o meia Héverton, que fora suspenso por dois jogos pelo STJD, teria sido causado por uma falha de comunicação. O clube disse que seu advogado no Rio de Janeiro (que defende outros times também) não avisara que a punição valeria por dois jogos.

O advogado disse numa entrevista que de fato não mandou e-mail, mas que fez contato por telefone para informar ao clube da suspensão de Héverton. O advogado da Portuguesa em São Paulo disse que não recebeu telefonema nenhum.

O recebimento de um e-mail é fácil de ser confirmado. Mas um telefonema só é passível de comprovação com investigação policial autorizada pela Justiça. Somente um trâmite como esse poderia garantir se houve ingenuidade ou má-fé.

Este velho maestro, quando ausente de um ensaio de naipes da Bachiana Filarmônica Sesi-SP (Serviço Social da Indústria de São Paulo), dez minutos após o final do mesmo, em qualquer lugar que esteja neste planeta, telefona para saber se tudo foi cumprido à risca, ou se houve algum problema. Essa deveria ser a atitude de toda a diretoria da Portuguesa depois de reuniões com o STJD, numa demonstração de amor e paixão pelo clube.

Fico me perguntando: e se o advogado do Rio de Janeiro tivesse sido sequestrado ou atropelado na saída do julgamento, e a informação não pudesse ter sido transmitida por ele? De quem seria a culpa nesse caso? Certamente da CBF, com seu orçamento milionário, e do arcaico STJD, ligado à confederação.

Com a tecnologia do século 21, é inconcebível que esses órgãos não divulguem eletronicamente suas decisões imediatamente após as reuniões e sessões realizadas.

Pergunto-me como fariam os times localizados nas regiões mais distantes do país, que nem sempre têm condições de pagar um advogado para adquirir conhecimento de uma decisão antes de sua publicação nos meios hoje utilizados.

O procurador-geral do STJD citou alguns casos no exterior para justificar o rebaixamento. Gostaria de saber se ele se informou se esses clubes estrangeiros tiveram acesso às informações de modo claro, inclusive por meio dos sites oficiais das entidades que os julgaram.

Finalmente, volto ao início desta pequena crônica. Tudo se resume à palavra comunicação. Mas, qualquer que seja, a decisão final não afastará este velho maestro do seu clube do coração.

Durante o campeonato, fiz palestras para o técnico e para os atletas da Lusa, que jogaram com o coração nos pés, mostrando como superar adversidades. Emocionei-me quando, de Nova York, onde estava realizando um concerto, vi a faixa que dizia: "Obrigado, maestro. Sua história é a nossa inspiração".

E aproveito para lembrar a CBF e o STJD que encontrei a faixa em minha homenagem por meio da internet, dez minutos após a sua exposição em campo.


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