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Hélio Schwartsman

O lugar do táxi

SÃO PAULO - Imagino que os taxistas paulistanos não gostarão do que vou escrever, mas não faz sentido conferir à categoria o privilégio de circular em corredores de ônibus.

Táxis são uma modalidade de transporte individual, não coletivo. Seu uso intensivo até ajuda a esvaziar os estacionamentos do centro da cidade, mas o efeito sobre o trânsito é menor, já que os carros de praça passam muito mais horas se movendo do que o fariam os automóveis particulares que ficaram na garagem.

Se é verdade que alguns corredores estão subutilizados --o que configura uma ineficiência do sistema--, melhor do que liberá-los para táxis seria promover um leilão público no qual todos os motoristas poderiam adquirir uma licença para trafegar nas faixas específicas.

É forçoso reconhecer que os mais ricos, por terem a possibilidade de pagar e, assim, enfrentar menos congestionamentos, ficariam numa situação de vantagem sobre os mais pobres. Mas vale observar que a permissão hoje dada aos táxis já beneficia os mais afluentes, que são os que podem bancar para si esse tipo de transporte. A diferença é que, no atual modelo, são os taxistas que se apropriam do excedente de renda gerado pelo melhor fluxo dos corredores de ônibus, enquanto, na hipótese do leilão, os recursos extras reverteriam para os cofres públicos, o que, pelo menos em teoria, favorece o conjunto da população.

Se a prefeitura pusesse 30 mil dessas licenças no mercado (mais ou menos o mesmo número de táxis) e por cada uma delas conseguisse, imaginemos, algo como R$ 1.000 mensais (R$ 50 por dia útil), arrecadaria, ao cabo de um ano, R$ 360 milhões, que é quase a metade do polêmico aumento do IPTU.

Além de ser uma quantia não desprezível para um município cujas finanças vão mal, a adoção desse sistema serviria como um ensaio do pedágio urbano que, mais dia menos dia, terá de ser adotado em São Paulo.

helio@uol.com.br


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