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Opinião

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Leonid Bolshov

TENDÊNCIAS/DEBATES

Uma saída para o aquecimento

É verdade que existem outras formas de geração de energia renovável, mas elas ainda não conseguem operar com os custos e a segurança da nuclear

Liderado por Ken Caldeira, cientista sênior do Departamento de Ecologia Global do Instituto Carnegie (Estados Unidos), um grupo de pesquisadores defendeu, em carta aberta, a energia nuclear como solução para o aquecimento global.

Alertou que muitas organizações se mostram preocupadas com o ambiente e defendem o uso de energia renovável, mas que a oposição ao emprego da energia nuclear é uma ameaça à capacidade humana de evitar uma mudança climática perigosa. Para esses cientistas, as decisões devem ser baseadas em fatos, não em emoções.

As usinas nucleares não geram os gases causadores de efeito estufa nem aqueles que contribuem para a formação de chuva ácida. Tampouco emitem materiais cancerígenos. O urânio, combustível usado na geração dessa modalidade de energia, existe de forma abundante no mundo --no Brasil inclusive.

É verdade que existem outras formas de geração de energia renovável, como a solar e a eólica, mas elas ainda não conseguem acompanhar o crescimento da demanda mundial tampouco operar com os custos e a confiabilidade da nuclear.

Argumentar que o modelo nuclear é perigoso é prática corrente, mas não se sustenta em fatos. No Brasil, por exemplo, as usinas de Angra dos Reis (RJ) operam há mais de 30 anos sem registro de acidente ou evento que tenha colocado em risco o ambiente, os trabalhadores ou a população ao redor.

Desde que um tsunami provocou o colapso no reator de Fukushima, em 2011, países como o próprio Japão, a Alemanha e outros europeus suspenderam seus planos de construir novas usinas, a ponto de a previsão geral para a implantação desses empreendimentos ter caído aos níveis anteriores ao acidente.

Mas é preciso considerar que, se por um lado, o trauma persiste, por outro, os cuidados foram redobrados. Os padrões internacionais de segurança ficaram mais rígidos. Os novos reatores operam com tecnologia testada e estruturas de contenção que podem resistir a terremotos, tsunamis, enchentes, neve e degelo, furacões, temporais, explosões e até mesmo a danos causados pela eventual queda de um avião de 200 toneladas.

No mais, a geopolítica mudou. Novos "players", como a Grã-Bretanha, passaram a interessar-se pela construção de usinas. E a Rússia mantém seu compromisso com a energia nuclear.

O Brasil, que precisa produzir mais energia para atender ao crescimento da economia, deve considerar esses aspectos na discussão sobre sua matriz.

O atual modelo brasileiro, baseado em geração hidrelétrica a partir de grandes reservatórios, sofre questionamentos devido aos impactos ambientais e sociais. A adoção de usinas sem reservatórios poderia levar a um maior uso de usinas térmicas, o que aumentaria as emissões de gases de efeito estufa.

Resta aderir a fatos, e não a emoções, para obtermos o crescimento e a prosperidade desejados.


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