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Rogério Gentile

Boquinha de Carnaval

SÃO PAULO - A Comissão de Ética Pública da Presidência enviou aos ministérios ofício lembrando como as autoridades devem se comportar no Carnaval. A recomendação básica é tão óbvia que chega a ser ridícula: todos podem festejar, "desde que por sua própria conta".

Ainda que o texto trate de algo tão evidente, não se pode dizer que seja desnecessário. Afinal, estamos numa terra onde o presidente do Senado (Renan Calheiros, PMDB) viaja em avião da FAB para fazer implante de cabelo e o da Câmara (Henrique Alves, PMDB) leva a noiva e mais seis pessoas para assistir a um jogo de futebol num avião pago pelo erário.

No Carnaval, então, as fronteiras entre os interesses público e privado costumam ficar mais tênues. No de 2012, por exemplo, o hoje presidenciável Eduardo Campos, aquele da "nova política", esteve no Rio com a família para assistir ao desfile. Segundo a prestação de contas do PSB em análise no TSE, os seis dias no hotel foram pagos com recursos do Fundo Partidário, criado para a manutenção das atividades dos partidos. Campos até hoje não explicou a importância da folia na vida do PSB.

Em 2011, o governador do Paraná, Beto Richa, esteve com a mulher no Sambódromo do Rio como convidado da Brahma. Sem se importar com o papel de garoto-propaganda, usou uma camiseta com a marca da cervejaria. É esse o conceito do tucano de festejar por sua "própria conta"?

No Carnaval de 2013, o ministro Aldo Rebelo (Esportes, PC do B) viajou pela FAB para Cuba com a mulher e o filho. Disse que estava em viagem oficial, a fim de fechar um intercâmbio olímpico, mas nunca ficou claro como seus familiares ajudarão o Brasil a obter mais medalhas em 2016.

Razões, portanto, não faltam para o ofício do Conselho de Ética. Aliás, seria bom distribuí-lo internamente no próprio órgão, que, em setembro, arquivou apuração contra Rebelo, embora o ministro não tenha pago a "conta" da viagem dos parentes. O conselho não viu problema algum.


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