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Hélio Schwartsman

Eleição difícil

SÃO PAULO - A pesquisa Datafolha que mostrou redução nas intenções de voto para Dilma Rousseff anima mercados e irrita petistas, mas o que há de concreto aí?

Penso, como os petistas, que ainda é cedo para levar muito a sério as intenções de voto que, a essa altura, medem principalmente o "recall" de cada candidato. Mas isso não significa que não tenha havido uma queda importante na popularidade de Dilma e do governo, o que prenuncia uma eleição mais competitiva do que se imaginava no final do ano passado ou, com ainda mais força, antes de junho, quando o favoritismo da petista parecia inelutável.

É bom ou ruim que Dilma perca? A resposta, como é óbvio, depende de quem você é. Para um petista com cargo no governo ou mesmo um simples simpatizante a derrota seria péssima. Já para o candidato vitorioso, seu "entourage" e admiradores não poderia haver melhor notícia. É justamente para definir qual lado é mais numeroso que celebramos eleições.

Existe, entretanto, também uma dimensão institucional em que o jogo se dá em outros termos. Aqui podemos afirmar com um pouco mais de objetividade que a alternância no poder é algo bem-vindo. Não se trata evidentemente de uma lei de ferro. Um país não deixa de ser democrático porque um partido leva a quarta eleição presidencial consecutiva.

É importante, contudo, que, de tempos em tempos, haja troca no comando --e não só no plano federal. Já comentei aqui a tese de David Deutsch, inspirada na epistemologia popperiana, de que a democracia é boa não porque represente a vontade do povo, mas porque é o sistema que mais facilita a remoção de políticas equivocadas e permite mudar governos sem violência. Para Deutsch, as instituições se fortalecem não quando elegemos alguém, mas quando nos livramos de um dirigente e das políticas erradas que ele inevitavelmente implementou. Os acertos, afinal, tendem a ser mantidos.

helio@uol.com.br


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