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Eliane Cantanhêde

A Dirceu o que é de Dirceu

BRASÍLIA - Ao Excelentíssimo ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal:

José Dirceu de Oliveira e Silva foi condenado por ser chefe de uma quadrilha que o Supremo, infelizmente, decidiu no julgamento dos embargos infringentes que não existia.

Sendo assim, a condenação de Dirceu foi reduzida e passou de regime fechado para semiaberto, mas ele continua trancafiado na Penitenciária da Papuda desde novembro.

Ok, Excelência, Dirceu é metido a esperto desde criancinha e inventou de "trabalhar" num hotel só para driblar a prisão numa suíte com direito a uísque, petiscos e reuniões políticas --ou nem tanto. A esperteza tem perna curta e isso não colou. Mas, convenhamos, o novo pedido, para trabalhar num escritório de advocacia, está dentro dos conformes.

Também sabemos de histórias de celular, podóloga, lanches privilegiados, visitas fora de hora. Isso não pode. Se a justiça tem de ser igual para todos, a cadeia também tem de ser. Mas, Excelência, nada se provou quanto ao celular, por exemplo, e já tem até promotora contrabandeando a quebra do sigilo telefônico do Planalto inteiro. O tempo está passando e José Dirceu continua em regime fechado, quando não deveria estar.

Amanhã é Sexta-Feira Santa e vêm aí a Páscoa no domingo e o feriado de 21 de Abril na segunda. Delúbio Soares, João Paulo Cunha e tantos outros condenados terão um "saidão" de refresco. Por que não José Dirceu? Pelo que ele representa?

Excelência, o julgamento do mensalão foi um marco para quem sonha com um país em que todos sejam iguais (e não só perante a lei). Mas, da mesma forma que execuções e humilhações de criminosos à luz do dia geram indignação, repulsa e horror, punições exemplares a José Dirceu causam estranheza.

Não transforme o réu em vítima, Excelência. Até porque isso teria, ou até já tem, o efeito inverso ao que queremos e precisamos.

Atenciosamente, uma cidadã.


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