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Gustavo Patu

A marcha do Bolsa Família

BRASÍLIA - Primeiro foi o tucano Aécio Neves, que, para se vacinar contra um provável terrorismo eleitoral, propôs incluir o Bolsa Família na Lei Orgânica da Assistência Social --onde, por determinação constitucional, estão descritos os programas permanentes de amparo à população de baixa renda.

Segundo a argumentação do candidato oposicionista, trata-se de deixar claro que o programa é de Estado, e não de governo; em outras palavras, que será mantido independentemente do ocupante ocasional do Palácio do Planalto, assim como as aposentadorias, o seguro-desemprego e os benefícios a deficientes.

Agora Eduardo Campos, do PSB, dá um passo adiante: defendeu ampliar em algo como 10 milhões de pessoas a clientela do Bolsa Família, quase duplicando seu alcance e, presumivelmente, suas verbas.

Salvo alguma falha nos relatos acerca da proposta, não se sabe se o número citado foi decidido com base em algum estudo demográfico ou em sua sonoridade. Também é um mistério a origem dos recursos necessários, dado que a promessa de reduzir o número de ministérios --compartilhada com Aécio-- significa mais uma melhora de gestão do que uma poupança fiscal.

Marqueteiros de eleição poderão discutir se é uma boa estratégia para a oposição disputar com o PT a condução futura do combate à pobreza. Mais palpável é que se semeia suporte multipartidário à perpetuação e expansão de uma política cujos resultados, de óbvio sucesso popular, ainda carecem de julgamentos menos casuísticos.

Em um livro patrocinado pelo governo por ocasião dos dez anos do Bolsa Família, o capítulo sobre o futuro, assinado pela economista e cientista política Celia Kerstenetzky, aborda a "vocação universalista" do programa e sua possível conversão em um direito de todos os pobres. A tese é embrionária, mas o terreno político não é dos mais hostis.


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