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Opinião

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Compasso de espera

Magro crescimento dos EUA no primeiro trimestre, de apenas 0,1%, não chega a anuviar perspectiva de retomada nos países ricos

O ano de 2014 será positivo para as economias desenvolvidas. Gradualmente, EUA e Europa consolidam um quadro de recuperação e retomada de confiança. Reduz-se, ademais, o peso das fragilidades financeiras legadas pela crise.

No caso americano, houve decepção com o crescimento de apenas 0,1% no primeiro trimestre, em parte causado pelo inverno de severidade atípica. A despeito disso, permanece a expectativa de aceleração para 3% no restante do ano, sob impulso do consumo e dos investimentos privados.

A novidade das últimas semanas é que se reduziram os temores a respeito dos efeitos de uma eventual alta dos juros por parte do Fed (o banco central americano). Janet Yellen, presidente do Fed, tem sido enfática em dizer que o mercado de trabalho ainda está longe da normalidade.

Não se trata apenas de reduzir a taxa de desemprego (atualmente em 6,3%), mas também de combater a precariedade nas condições de trabalho de forma mais ampla, o que demanda tempo.

A inflação baixa, de apenas 1,2% nos últimos 12 meses (pouco mais da metade da meta fixada), tem dado espaço para a paciência. Nesse contexto, os juros começariam a subir apenas em 2015 e, ainda assim, poderiam permanecer abaixo do considerado normal para os EUA (4% ao ano) até 2018.

Na Europa, o quadro é similar. Afastou-se o risco de crise iminente do euro. Deram-se passos essenciais para melhorar o funcionamento da moeda única.

Neste ano, por exemplo, o Banco Central Europeu assumirá o papel de supervisor do sistema bancário da zona do euro. O avanço, importante, tem favorecido a volta de capitais para os países mais atingidos pela crise, que já conseguem rolar suas dívidas a taxas baixas.

Pela primeira vez desde 2011, a média das projeções aponta para alta do PIB, que pode chegar a 2% no restante de 2014. Ainda há ampla divergência entre os países, contudo. O desemprego é altíssimo na periferia, e a demanda privada apenas ensaia a retomada.

A inflação na Europa, por sua vez, é ainda mais baixa que a dos Estados Unidos. Registraram-se apenas 0,7% nos últimos 12 meses. Não por outra razão, o Banco Central Europeu emite sinais de que pode adotar novas medidas de estímulo.

As condições econômicas nas duas maiores economias do mundo, portanto, são de retomada do crescimento num contexto de inflação baixa e comedimento dos respectivos bancos centrais.

Daí resulta a calmaria dos mercados financeiros no período mais recente, que abarca inclusive os países emergentes. Dado que a índole do momento é de baixa preocupação com um eventual aperto monetário nos EUA e na Europa, o capital sai em busca de oportunidades de curto prazo onde os juros são altos --o Brasil em especial.


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