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Ruy Castro

Fifa-se

RIO DE JANEIRO - Olho no lance. A pouco mais de 30 dias da Copa do Mundo --perdão, da Copa da Fifa--, os cães de guarda da própria começam a ficar atentos ao uso indevido de seus símbolos, marcas, logos, slogans e frases. Está tudo dominado. São "propriedades intelectuais" da dita Fifa e só podem ser usadas com autorização ou sob pagamento de taxas assustadoras. A transgressão prevê até cadeia por um ano.

Assim sendo, nada pode se chamar "Copa 2014", "Copa do Mundo 2014", "Brasil 2014", "Mundial 2014" e "2014 Copa do Mundo da Fifa Brasil" sem o seu consentimento e o pagamento da supertaxa. A preocupação é com o uso dessas marcas, mesmo que num anúncio do sabão Aristolino ou de algum fixador de dentaduras. A Fifa aceita tudo, desde que leve a sua parte --e a dela é a do leão.

O fuleiro boneco Fuleco tem proteção especial. Se aparecer em qualquer pôster, display ou convite não autorizado, o infrator arrisca-se a deixar as calças em pagamento. E a medida é retroativa. A caninha Tatuzinho, cujo símbolo existe há quase um século, está ameaçada de multa por seu tatu se parecer com o Fuleco. As próprias folhinhas deste ano, dessas de pendurar na parede, estão pensando em fazer um megarecall para eliminar o numeral "2014".

A última da Fifa é a ameaça aos promotores do "Alzirão", a festa que, desde a Copa de 1978, reúne dezenas de milhares de torcedores diante de telões na esquina das ruas Alzira Brandão e Conde de Bonfim, na Tijuca. O "Alzirão" é um dos eventos que tornaram o Rio, há muitos anos, uma cidade única para se assistir à Copa. Temendo que ele esvazie a famigerada FanFest, a Fifa quer R$ 28 mil para permitir --na verdade, impedir-- sua realização. Ficará querendo.

O Rio terá o "Alzirão", as ruas coloridas e os telões nas praças. E, se alguém reclamar, o carioca, dono do pedaço, dirá: "Fifa-se".


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