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Vinicius Mota

O anel do Pacífico

SÃO PAULO - O posto de segunda maior economia da América do Sul vai trocar de mãos em breve. A Colômbia está prestes a desbancar a Argentina, ultrapassagem que, segundo estima o Fundo Monetário Internacional, ocorrerá no ano que vem.

Até certo ponto, o avanço colombiano é algo esperado, a levar-se em conta a demografia. Com 48 milhões de habitantes, a pátria de Shakira e Gabriel García Márquez é a segunda mais populosa da região.

Trata-se ainda de uma corrida para recuperar o atraso. O PIB da Colômbia precisa subir um terço a fim de que o seu peso econômico na América do Sul iguale a sua participação populacional. No ritmo atual de crescimento --5% ao ano neste início de década-- a defasagem desaparecerá em pouco tempo.

Outro caso de corrida para deixar o pelotão retardatário acontece com o Peru. Com 8% dos habitantes sul-americanos, mas 5% da produção de bens e serviços, os peruanos têm registrado avanços significativos. O PIB corre a 5,5% ao ano, na média, desde a crise global de 2008, mais que o dobro da velocidade brasileira.

O interessante, contudo, é notar que Colômbia e Peru vêm se aproximando do paradigma chileno, baseado na abertura comercial, na ortodoxia macroeconômica e na facilitação dos negócios. A dupla andina se distancia, assim, tanto do bolivarianismo radical de Venezuela e Argentina como do intervencionismo moderado em marcha desde o final de 2008 no Brasil.

Num contexto de derrocada dos experimentos populistas venezuelano e argentino --e de suave fracasso do meio-termo brasileiro--, o anel do Pacífico sul-americano começa a contrastar. Seria prenúncio de movimento hegemônico a engolfar a política econômica na região?

Por coincidência ou não, vertentes e medidas mais liberais começam a ganhar força, dentro e fora dos conglomerados governistas, em todo o continente.


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